Publicado 18/05/2020 07:58 | Atualizado 18/05/2020 08:21
Rio - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na noite deste domingo, que a PolÃcia Federal colha depoimento do empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ) sobre a denúncia feita por ele de vazamento de informações sigilosas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Em ofÃcio encaminhado pelo procurador João Paulo Lordelo Guimarães Tavares à delegada Christiane Correa Machado, do Serviço de Inquéritos Especiais no Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR também solicita a oitiva de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio.
Em ofÃcio encaminhado pelo procurador João Paulo Lordelo Guimarães Tavares à delegada Christiane Correa Machado, do Serviço de Inquéritos Especiais no Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR também solicita a oitiva de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio.
A PGR também solicitou cópia de inquérito aberto pela PF para apurar um outro suposto vazamento de informações relacionadas à Operação Furna da Onça.
As novas diligências serão realizados no âmbito das apurações sobre tentativa de interferência polÃtica na PolÃcia Federal pelo presidente Jair Bolsonaro, iniciadas com base em acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, já havia dito que iria analisar a denúncia. "O procurador-geral da República analisará o relato junto com a equipe de procuradores que atua em seu gabinete em matéria penal", a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia informado, em nota.
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Ainda ontem, a PolÃcia Federal divulgou nota na qual informa que "o suposto vazamento de informações na operação Furna da Onça foi regularmente investigado pela PF através do Inquérito Policial n º 01/2019, que encontra-se relatado".
A nota acrescenta: "Todas as notÃcias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje, a instauração de novo procedimento especÃfico para a apuração dos fatos apontados".
Marinho, que é suplente do senador Flávio, afirmou que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro lhe contou ter recebido informações sigilosas da PolÃcia Federal sobre a investigação que então envolvia seu assessor FabrÃcio Queiroz. Segundo o relato, um delegado da PF avisou das investigações pouco após o primeiro turno das eleições gerais daquele ano. E teria dito, ainda, que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a Operação Furna da Onça para não prejudicar Bolsonaro na disputa contra Fernando Haddad (PT). Em nota, Flávio Bolsonaro negou a acusação.
Ainda de acordo com o relato de Marinho, o delegado da PF teria orientado Flávio a exonerar FabrÃcio Queiroz de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerh). No dia 15 de outubro, foram demitidos tanto Queiroz quanto a filha dele, Nathalia Queiroz, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Marinho, que é suplente do senador Flávio, afirmou que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro lhe contou ter recebido informações sigilosas da PolÃcia Federal sobre a investigação que então envolvia seu assessor FabrÃcio Queiroz. Segundo o relato, um delegado da PF avisou das investigações pouco após o primeiro turno das eleições gerais daquele ano. E teria dito, ainda, que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a Operação Furna da Onça para não prejudicar Bolsonaro na disputa contra Fernando Haddad (PT). Em nota, Flávio Bolsonaro negou a acusação.
Ainda de acordo com o relato de Marinho, o delegado da PF teria orientado Flávio a exonerar FabrÃcio Queiroz de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerh). No dia 15 de outubro, foram demitidos tanto Queiroz quanto a filha dele, Nathalia Queiroz, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
FURNA DA ONÇA
A Operação Furna da Onça foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, pouco mais de uma semana após o segundo turno, do qual Bolsonaro saiu vitorioso.
Toda a história do vazamento, conforme as declarações do empresário, foi relatada pelo próprio Flávio em reunião com advogados na casa de Paulo Marinho. Na campanha presidencial, o empresário era um dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Ele ofereceu a casa para reuniões do então candidato com o grupo que o auxiliou na disputa eleitoral.
A Furna da Onça, que faz parte da força-tarefa da Lava Jato do Rio, investigou a participação de deputados estaduais fluminenses em esquema de corrupção que pagava propina mensal (mensalinho) durante os anos de 2011 a 2014. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais. Dez deputados tiveram a prisão decretada. Flávio, que era deputado estadual, ficou de fora da operação.
Queiroz também não estava entre os alvos, mas a investigação acabou por detectar movimentação financeira atÃpica por parte dele. Um relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), colocou Queiroz no noticiário polÃtico nacional e gerou desgastes para Flávio Bolsonaro.
Mais tarde, o Ministério Público do Rio (MPRJ) continuou a apuração originada na Furna da Onça com base na suspeita de que o dinheiro movimentado por Queiroz fosse, na verdade, resultado da apropriação de salários de funcionários do gabinete de Flávio.
O dinheiro depois teria sido lavado com a compra de imóveis que fazem parte do patrimônio do filho do presidente. Em razão disso, o MPRJ obteve na Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador, de sua mulher, Fernanda Bolsonaro, e de Queiroz.
INVENÇÃO
O senador classificou a acusação de "invenção" e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo, já que é seu suplente no Senado. Em nota publicada em suas redes sociais, Flávio Bolsonaro diz que "o desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena" e que o empresário "preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão", ao trocar a "famÃlia Bolsonaro por Doria e Witzel", e "parece ter sido tomado pela ambição".
Em 2018, Marinho, que era amigo do então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, acabou escolhido como suplente de Flávio Bolsonaro. O empresário depois se afastou da famÃlia Bolsonaro e acabou nomeado presidente regional do PSDB no Rio, em uma articulação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Toda a história do vazamento, conforme as declarações do empresário, foi relatada pelo próprio Flávio em reunião com advogados na casa de Paulo Marinho. Na campanha presidencial, o empresário era um dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Ele ofereceu a casa para reuniões do então candidato com o grupo que o auxiliou na disputa eleitoral.
A Furna da Onça, que faz parte da força-tarefa da Lava Jato do Rio, investigou a participação de deputados estaduais fluminenses em esquema de corrupção que pagava propina mensal (mensalinho) durante os anos de 2011 a 2014. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais. Dez deputados tiveram a prisão decretada. Flávio, que era deputado estadual, ficou de fora da operação.
Queiroz também não estava entre os alvos, mas a investigação acabou por detectar movimentação financeira atÃpica por parte dele. Um relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), colocou Queiroz no noticiário polÃtico nacional e gerou desgastes para Flávio Bolsonaro.
Mais tarde, o Ministério Público do Rio (MPRJ) continuou a apuração originada na Furna da Onça com base na suspeita de que o dinheiro movimentado por Queiroz fosse, na verdade, resultado da apropriação de salários de funcionários do gabinete de Flávio.
O dinheiro depois teria sido lavado com a compra de imóveis que fazem parte do patrimônio do filho do presidente. Em razão disso, o MPRJ obteve na Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador, de sua mulher, Fernanda Bolsonaro, e de Queiroz.
INVENÇÃO
O senador classificou a acusação de "invenção" e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo, já que é seu suplente no Senado. Em nota publicada em suas redes sociais, Flávio Bolsonaro diz que "o desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena" e que o empresário "preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão", ao trocar a "famÃlia Bolsonaro por Doria e Witzel", e "parece ter sido tomado pela ambição".
Em 2018, Marinho, que era amigo do então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, acabou escolhido como suplente de Flávio Bolsonaro. O empresário depois se afastou da famÃlia Bolsonaro e acabou nomeado presidente regional do PSDB no Rio, em uma articulação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Quando Bebianno foi exonerado, em 2019, e rompeu com o presidente, filiou-se ao PSDB, despontando como pré-candidato à Prefeitura do Rio nas eleições deste ano. Com o falecimento de Bebianno, em março, Doria indicou Marinho como candidato.
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