Câmeras flagraram Luana Borges caminhando com bebê no colo, logo após o partoReprodução

Rio - A tia do bebê abandonado em um hotel na Barra da Tijuca, no último dia 13, entrou com uma ação para pedir a guarda da criança, que foi deixada pela mãe horas depois do parto. Após atendimento aos familiares, a Defensoria Pública do Rio (DPRJ) ajuizou o pedido nesta quinta-feira (22).
A DPRJ coletou também o material genético para os exames de DNA do homem apontado como pai e da mãe do recém-nascido, a faxineira Luana Gomes. O resultado está previsto para a semana que vem. 
Luana foi identificada como autora do crime de abandono de incapaz na última quarta-feira, após investigações da Polícia Civil. Câmeras de segurança registraram a mulher caminhando com a criança no colo, após dar à luz em um estacionamento, e voltando para o trabalho, no Shopping Novo Leblon, já sem o recém-nascido. Por não haver flagrante, ela responde por abandono de incapaz em liberdade. 
A mãe da criança afirma estar arrependida e que agiu por impulso ao temer a reação da família, pois alega não saber que estava grávida. Andrea Cardoso, coordenadora do Núcleo de DNA da Defensoria do Rio, sustenta a versão de Luana.
"Vimos ali uma história triste, com uma mãe, uma mulher trabalhadora, arrependida do que fez em um ato de desespero. Ouvimos o que eles tinham a contar e explicamos sobre como poderíamos ajudar. Toda a família ali necessita de acolhimento", disse a defensora pública.
O bebê segue na maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca, para onde foi levado logo após ser encontrado por funcionários do hotel.  A defensora pública Letícia Kirchhof, responsável pelo atendimento à família do recém-nascido, pede rapidez no processo para que a criança possa, enfim, ser levada ao seu lar.
"Ajuizamos a ação de guarda pela tia materna, que impactada com a situação de seu sobrinho só deseja que o bebê seja reintegrado ao seu lar. Esperamos que essa história tenha um final feliz onde o pequeno bebê possa receber os cuidados afetivos que tanto precisa junto com a sua família", contou Letícia.
Casada há 14 anos, Luana é mãe de um adolescente de 17 anos e um menino de 3 e diz já ter sofrido dois abortos espontâneos por, assim como desta vez, não apresentar sintomas de gravidez. Ela afirma que sentia apenas dores nas costas há cerca de um mês, mas não desconfiou da gestação pela falta de outros sinais.
O caso é investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), que tem ouvido testemunhas. Uma delas é um colega de trabalho de Luana, que alega ter estranhado seu comportamento nos últimos meses por estar sempre de caso e passando mal com frequência.