José Luiz de Magalhães Lins, banqueiro Reprodução

Longe dos holofotes, naturalmente voltados para políticos, esportistas, cientistas, intelectuais e jornalistas, orbitam nas sociedades personalidades relevantes, promotores dos avanços da sociedade.

No Brasil, temos tido, através dos tempos, homens marcantes na economia, no social e na cultura, atuando no setor privado, sem maior exposição nas mídias. Nossa história registra homens como Barão de Mauá e Conde Francisco Matarazzo, que proporcionaram avanços na economia com reflexos no social e na qualidade de vida do povo.

No importante setor bancário, peça ligada ao empreendedorismo e à própria liberdade desde sempre, o Brasil esteve na vanguarda. Entre tantos notáveis, entretanto, um se destacou na modernização e na integração com as forças vivas da nacionalidade, com carisma e talento. Foi Jose Luiz de Magalhães Lins, que nos anos 1960 revolucionou a presença do banqueiro na vida nacional.

A atividade é uma arte que não se aprende nas universidades nem se conquista como herança. É um dom, vocação e talento, sensibilidade, coragem e luz. Não sendo filho, mas sobrinho do fundador do Banco
Nacional, Magalhães Pinto, pela Lei de Mendel, foi o herdeiro do carisma e liderança.

José Luíz foi pioneiro no apoio à cultura, ao cinema nacional, às editoras, ao teatro e ao esporte. O Nacional foi determinante na criação de um fundo de Previdência suplementar. Abriu o sistema bancário para o crédito pessoal e ao consumidor. O mundo da publicidade encontrou nele o grande apoio. Poucos lembram de que o vitorioso Jornal Nacional, da Rede Globo, tem este nome não pelo seu alcance, mas pelo patrocinador, o Banco Nacional. Antes dele, os bancos pouco anunciavam.

Até o fim ele acompanhou, orientou, estimulou iniciativas positivas, lúcido e interessado. Chefe de família dedicado, lega ao Brasil um exemplo de cidadão relevante, ético, generoso e eficiente. Valores que
precisam voltar à pauta nacional.

Cabe lembrar de que foi levado a deixar o banco por naturais ciumeiras, momento em que aquele que foi o grande inovador do sistema bancário começou a morrer.

O Brasil lhe agradece por tudo, José Luiz.
 
* Aristoteles Drummond