Cônsul Alemão alegou que marido teve mal súbito; na foto, belga está de camisa clara, ao lado do companheiroReprodução
Justiça pede que corpo de belga morto por marido cônsul seja preservado para nova perícia
Walter Henri Maximilien Biot foi assassinado em agosto do ano passado dentro do próprio apartamento
Rio - A Justiça do Rio encaminhou ao Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) um ofício do adido da Polícia Federal Criminal da Alemanha (BKA) em São Paulo, Stephan Wiebach, solicitando a preservação do corpo do belga Walter Henri Maximilien Biot, encontrado morto no apartamento em que morava com o marido, o cônsul alemão Uwe Hebert Hahn.
No documento, enviado pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal da Capital, após reunião com o representante alemão, o magistrado questiona o diretor do IML se é viável a solicitação da preservação do corpo do belga e até que data isso é possível, a fim de que seja realizada nova perícia solicitada pelo governo alemão.
O companheiro da vítima, acusado de ter cometido o homicídio, está foragido e seu nome está na Difusão Vermelha da Interpol – banco internacional de procurados e foragidos.
O crime aconteceu no dia cinco de agosto de 2022, no interior da residência que o casal dividia em Ipanema, na Zona Sul. O cônsul foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e com a agravante de ter sido contra o seu cônjuge. A denúncia oferecida pelo Ministério Público descreve que o crime foi cometido por motivo torpe, já que o acusado nutria um sentimento de posse pela vítima, subjugando-a financeiramente e psicologicamente e não admitindo que a mesma tentasse estabelecer algum nível de independência, seja economicamente ou estabelecendo relações de amizade com outras pessoas.
Além disso, o delito foi praticado com emprego de meio cruel, com severo espancamento, e com recurso que dificultou a defesa de Biot, que se encontrava com sua capacidade de reação reduzida por conta de ingestão de bebida alcoólica e de medicação para ansiedade.
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