Casal foi preso nesta sexta-feira (24) em um apartamento na Zona Sul do RioReprodução TV

Rio - Maria Aparecida de Paiva, de 65 anos, sequestrada e internada à força pela própria filha e o genro, prestou seu segundo depoimento na manhã desta terça-feira (28), na 9ª DP (Catete). Aparecida revelou aos agentes que ainda tem medo de que Patrícia e Rafael sejam soltos e que tentem fazer algo ainda mais grave. As informações são do 'RJ2', da 'TV Globo'.
Ainda durante o depoimento, a idosa revelou que o genro, juntamente com a mulher, também teria tentado sequestrar e internar o próprio irmão, chamado Rodrigo, simulando um problema psiquiátrico.
Foram transferidos para esta quarta-feira (1º) os depoimentos da equipe de ambulância que teria levado Maria Aparecida do Rio de Janeiro para uma clínica psiquiátrica em Petrópolis. Além desses depoimentos, era esperado que o diretor da clínica e a médica que assinou o laudo de internação da vítima fossem ouvidos nessa terça. No entanto, só apareceram os advogados da clínica, pedindo a remarcação dos depoimentos e a liberação da clínica, que foi impedida de funcionar.
Com a conversa, o delegado titular manteve a interdição, mas flexibilizou a data de transferência de pacientes da clínica para outras instituições, que anteriormente tinha o prazo de 72h.
A segunda clínica onde Aparecida esteve internada também será ouvida pela delegacia do Catete.
Relembre o caso
As investigações indicam que Maria não tinha nenhuma doença ou necessidade terapêutica, mas foi mantida contra sua vontade nas unidades particulares de saúde. A suspeita, que seria sua filha, teria cometido o crime para forçar a idosa a retirar queixa de maus-tratos contra os dois netos, de 2 e 9 anos, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
A denúncia poderia provocar a perda da pensão que Patrícia de Paiva Reis, de 35 anos, recebe do ex-marido, pai dos filhos, pela guarda das crianças. Segundo a investigação da Polícia Civil, a idosa foi internada no último dia 6 deste mês, após ser abordada pela própria filha na saída de uma agência bancária. Assim que saiu, a mulher foi colocada dentro de uma ambulância por dois homens.
Em depoimento aos policiais, a idosa acreditou estar sendo vítima de um crime de 'saidinha de banco' ou sequestro relâmpago, mas percebeu que o fato acontecia a mando de sua filha, já que um dos criminosos disse que 'era coisa de família'.
Patrícia já teria tentado, sem sucesso, internar a mãe em outra ocasião. Na data em questão, ela passou por atendimento do Samu, mas a equipe médica de socorro, negou que a mãe da vítima tivesse sinais de problemas psiquiátricos, por isso a internação não se justificava.