Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) revogou a prisão do radiologista Martin Gomes de Souza Neto, de 32 anos, acusado de abusar sexualmente de uma paciente de 26 anos durante a realização de um exame transvaginal, em um clínica particular em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último dia 1º. Conforme apurado pelo DIA, o médico saiu do sistema prisional na quinta-feira (9) e vai aguardar pelo julgamento em liberdade.
Na decisão, o juiz considerou que medidas cautelares seriam suficientes nesta fase do processo. Não foi possível obter maiores informações sobre o processo, pois o mesmo corre sob segredo de Justiça. À reportagem, a vítima do radiologista, Cris Silva, afirmou que se sente vulnerável e com medo após saber que ele está solto. Na época da prisão, a paciente já havia mencionado o receio de Martin não ficar preso por conta do poder aquisitivo da família dele.
Na semana passada, o TJRJ havia convertido a prisão em flagrante em preventiva. No entanto, a defesa de Martin, também conhecido como Martinho, recorreu da decisão. Além deste processo, o médico também é investigado por importunação sexual por outra paciente, em 2020. Essa investigação está em andamento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro.
Cremerj abre sindicância
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico. O órgão informou que tomou conhecimento do caso pela imprensa e que está apurando os fatos. Questionado pela reportagem se vai aplicar sanções à Martin para impedir que ele exerça a profissão durante o andamento do processo, o órgão ainda não respondeu.
"Quando eu cheguei na clínica para fazer meu exame de mama, porque eu paguei um pacote que vem com muitos exames, porque eu moro nos Estados Unidos, mas vim para o Brasil de férias e resolvi fazer um check up geral, ontem seria o dia de fazer apenas o exame da mama, mas ao chegar no local, ele perguntou pra mim se eu não queria aproveitar e fazer o exame transvaginal, no caso esse exame não seria com ele, nem naquele dia, mas ele falou 'a faz hoje, vai ser melhor, você faz tudo de uma vez', e eu acabei aceitando. No início foi super correto, só que no decorrer do final ele mudou a conduta", explicou.
Logo depois de conseguir sair da sala ela contou que foi levada para uma sala por funcionários da clínica. "Eles me levaram para uma salinha e perguntaram o que eles podiam fazer para aquilo ficar ali, pra abafar o caso, e foi nessa hora que eu falei que não precisava de dinheiro, de nada, e o que eu queria era Justiça, para que outras mulheres não passem por isso", disse.
A influenciadora relatou ainda que pediu para que algum funcionário ligasse para polícia e que isso não foi feito. "Eu só falei que precisava que chamassem a polícia pra mim, porque eu não moro aqui e o meu celular não faz ligação para o Brasil, então precisava que alguém ligasse e nem isso eles fizeram. Só depois de eu pedir para os meus seguidores darem pouca avaliação para eles no Google que entraram em contato comigo, mandando uma mensagem falando de suporte e tal, mas antes disso eles tinha postado na rede social que tinham me dado apoio mas nem tinham entrado em contato ainda", relatou.
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