Segundo a delegada, Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de dois anos, apresentava 59 sinais de tortura pelo corpoReprodução
Menina torturada em Guaratiba morreu por politraumatismo torácico e abdominal, aponta laudo
Morte aconteceu por ação contundente e por meio cruel de acordo com os legistas
Rio - O exame de necropsia realizado nesta sexta-feira (10) constatou que a pequena Quênia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de 2 anos, morreu em razão de politraumatismo torácico e abdominal causado por "ação contundente e por meio cruel". A menina apresentou 59 lesões pelo corpo, segundo a Polícia Civil. Ela morreu nesta quinta-feira (9) dentro de sua casa em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande também sinalizou que a vítima apresentou a Síndrome da Criança Espancada, que corresponde a uma definição médica quando os ferimentos da criança são provocados por um trauma físico não acidental, significando um espancamento.
De acordo com uma médica da Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, Quênia chegou sem vida na unidade. Levando em conta o estado físico da criança, a profissional chamou a polícia.
Segundo a delegada Márcia Helena Julião, titular da 43ª DP (Guaratiba), a criança apresentava 59 lesões pelo corpo, entre já cicatrizadas e recentes: 17 no abdômen, 16 no dorso, 12 no rosto, 7 nas pernas e 6 nos braços.
Ainda de acordo com ela, a Polícia Civil foi acionada após receber a denúncia da médica da unidade de saúde, que relatou que a garota, trazida pelo pai, apresentava "sinais severos de violência", como queimadura no umbigo e fissura no ânus. A criança também não teria sido alimentada há, pelo menos, três dias.
De acordo com a titular, "graças à atitude da médica", foi possível prender os dois suspeitos. “A doutora veio para a delegacia, mostrou a cara e descreveu todas as lesões. Ela veio correndo, a pé, chegou esbaforida. Na seguida, eu mandei a minha policial ir lá e deu voz de prisão ao pai e a madrasta”, contou.
Marcos Vinicius Lino, pai de Quênia, e Patrícia André Ribeiro, madrasta, responderão, inicialmente, pelo crime de homicídio. Eles foram presos em flagrante nesta quinta-feira (9) depois do recebimento da denúncia.
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