Leonardo será enterrado hojeArquivo Pessoal

Rio - Familiares do vigilante Leonardo Lopes da Silva, 39 anos, morto na Reduc, estiveram no Instituto Médico Legal (IML), de Caxias, na Baixada, na manhã desta segunda-feira (13) para realizar a liberação do corpo e questionaram a violência do estado. Para o irmão da vítima, Cícero Aragão, mais uma família foi destruída e isso não pode ser apenas mais uma estatística. 

“Fiquei sabendo que um meliante já tinha feito assalto a um ônibus na região e entrou na Reduc. Lá, eles pegaram outro segurança de refém e meu irmão foi ajudar, mas acabou sendo alvejado por essas vítimas da sociedade, que alguns defendem, mas que tirou uma pessoa da nossa família, que estragou mais uma família e a pergunta que eu faço é a seguinte: Vai ser mais que vai entrar para estatística? Vai ser mais um que perdeu sua vida? Vai ser apenas mais uma família destruída e vai ficar por isso mesmo? Infelizmente, o que será feito a partir de agora não vai trazer meu irmão de volta”, questionou.
Leonardo foi morto após uma troca de tiros com um suspeito que invadiu a área externa da refinaria e fez outro segurança refém. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Adão Pereira Nunes, mas não resistiu.


De acordo com Cícero, Leonardo era o irmão caçula, deixa mulher e uma filha de 6 anos. O vigilante havia iniciado a faculdade de Gestão de Segurança Privada e Pública há pouco tempo, devido ao novo emprego, que estava por aproximadamente um ano.

“Ele era uma pessoa muito alegre, muito feliz, raramente você via ele chateado com alguma coisa, pessoa de bem com a vida, que encontrou seus caminhos de seguir adiante. Ele tinha comprado um carro, inclusive 0, a primeira coisa que ele fez foi lá em casa com a mulher me mostrar a conquista. A profissão que ele tava foi eu que incentivei, quando surgiu a oportunidade, ele me ligou, e eu falei para aproveitar, mas infelizmente a gente não sabe o que vai acontecer futuramente. Ele gostava muito de trabalhar lá”, lamentou.
A família ainda não sabe como contar para a filha do casal que o pai morreu. “Não sabemos nem como dar essa notícia pra ela, no dia anterior eles estavam brincando juntos”, disse Cícero.

Cícero está com a mulher no IML desde às 7h e informou que aguarda por mais de quatro horas para liberação do corpo. Ele reclamou da demora do atendimento e disse que a família terá que arcar com os custos do enterro.

“Até agora não fomos atendidos, toda vez que batemos na porta dizem que temos que esperar alguém chegar. Sobre a empresa, eu liguei e me disseram que ele não tinha direito a assistência funerária. Até então estamos pedindo apoio dos amigos e familiares para dar um enterro digno pra ele”, disse.

Em nota, a Petrobras informou que por volta das 14h30, um homem, que tentou assaltar um ônibus na região, fugiu em direção à área externa da refinaria, onde fez um outro vigilante de refém. A Polícia Militar foi acionada. Ainda de acordo com a estatal, Leonardo era colaborador da empresa Veper que presta serviço na Reduc. “A Petrobras está atuando junto à empresa para prestar assistência à família da vítima”, disse em nota.

Segundo a PM, o suspeito armado entrou na Refinaria Reduc e rendeu um segurança do local, subtraindo o revólver do mesmo. Ao tentar empreender fuga, ele se deparou com outros dois seguranças da empresa, quando houve um breve confronto. Os demais vigilantes não ficaram feridos.
De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso. Diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime e esclarecer todos os fatos. Segundo o Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, a família já está sendo atendida e o exame de necropsia está sendo realizado no corpo.