Victória Rocha da Costa Dias, de 22 anos, mostra machucados após agressão do ex-companheiro Raphael MartinsDivulgação

Rio - Victória Rocha da Costa Dias, de 22 anos, aguarda com angústia e insegurança a decisão do Tribunal de Justiça (TJRJ) que pode conceder ou não à ela uma medida protetiva contra Raphael Martins Fagundes dos Santos, de 29 anos. Na última sexta-feira (10), a jovem denunciou que foi covardemente agredida com socos, tapas e puxões de cabelo pelo ex-namorado, em Queimados, na Baixada Fluminense. O crime foi registrado por uma câmera de segurança, mas o agressor permanece em liberdade.
De acordo com a jovem, o pedido para a medida protetiva foi feito na 55ª DP (Queimados), onde o caso foi registrado, e a decisão da Justiça deve sair até a terça-feira (14). Procurado, o TJRJ informou apenas que "Na busca processual pelo nome do acusado, não foi localizado processo contra Raphael Martins". Mesmo com a vítima apresentando imagens das agressões sofridas e exame de corpo de delito, o ex-namorado não foi preso, porque não houve flagrante. 
Segundo a Polícia Civil, Raphael deve prestar depoimento nesta semana e diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos. Enquanto espera pela medida protetiva e pela prisão do ex-namorado, Victoria permanece escondida, temendo ser atacada pelo agressor outra vez. Ela contou que, neste domingo (12), o homem passou pela igreja que ela e sua mãe costumam frequentar e circulou de motocicleta pela região onde a vítima mora. 
"Estou me sentindo muito assustada, porque ontem a minha mãe foi para a igreja e eu costumo ir na mesma igreja, mas resolvi ir em outra igreja. Ele passou na porta da igreja que minha mãe estava. Ontem ele já estava rodando no mototáxi, ele está a solta. Tenho medo de que ele tente alguma coisa contra mim, contra minha família. Minha cabeça está à mil, estou muito nervosa. Estou com medo", relatou Victória, que conta ainda estar muito debilitada por conta das agressões. 
"Hoje a minha filha está melhor, mas ela só chorava, só queria ficar no meu colo, e eu ainda estou sentindo muitas dores no corpo, não consigo ficar com ela. Ela só quer ficar comigo, comer comigo, dormir comigo, mas estou com muitas dores no corpo, não consigo andar direito, até mesmo para falar está um pouquinho difícil", desabafou a vítima. 
O casal namorou por nove meses e se separou em janeiro deste ano. Victória relatou que foi agredida e ameaçada de morte após uma crise de ciúmes de Raphael. A vítima trabalha como atendente em um trailer e costuma sair do emprego de madrugada. Ela conta que após o término, o homem passou a ir até o local e falava que ela estava flertando com clientes e o traindo. No dia da agressão, ele a chamou para ir para  a casa dele, mas quando a mulher se recusou ele a seguiu até sua casa.
Segundo o relato, ele chegou a pular o muro do quintal da ex-namorada e viu o cunhado dela dormindo no sofá, momento em que se descontrolou e começou a xingá-la. Raphael, então, continuou insistindo para que ela fosse até a casa dele e usou a filha da jovem como desculpa, já que a criança ficava com a ex-sogra enquanto trabalhava. Mas, no meio do caminho, o homem parou a moto e começou a agredi-la com socos, chutes e a queimou com uma guimba de cigarro. 
A vítima se desequilibrou, caiu no chão e já bastante ferida, ainda foi xingada e teve o cabelo puxado. As agressões só cessaram quando um tio de Raphael interviu. "Eu queria que ele fosse preso o mais rápido possível, porque é um reconforto que eu vou ter de seguir a minha vida em paz. Ele estar solto já é muito difícil, eu não sei onde ele está, se ele vai passar aqui em casa, se ele vai vir fazer alguma coisa ou não. Um barulho de uma moto me deixa em alerta, um barulho de moto parando no meu portão me deixa nervosa, assustada. Qualquer barulho me assusta", lamentou Victória.