Homenagem aconteceu em frente à escola municipal Tasso da Silveira, em RealengoReprodução / Redes sociais

Rio - O Massacre de Realengo, como ficou conhecido o assassinato de 12 adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira, completou 12 anos nesta sexta-feira (7). Reunidos em frente ao colégio, no bairro da Zona Oeste, familiares e amigos das vítimas levaram flores e cartazes para homenagear os jovens que perderam a vida na tragédia: Géssica Guedes, 15 anos; Luiza Paula, 14; Karina Chagas, 14; Rafael Pereira, 14; Milena dos Santos, 14; Larissa dos Santos, 13; Samira Pires, 13; Bianca Rocha, 13; Laryssa Silva, 13; Igor Moraes, 13; Marina Rocha, 12, e Ana Carolina, 12.
Em meio às homenagens, os participantes se deram a mão em volta das 12 estátuas que representam os adolescentes - em símbolo de união - para prestar um minuto de silêncio. Para Adriana Silveira, mãe de Luiza Paula, o gesto é uma forma de lutar por mudanças.
"No intuito de construir um momento novo para esta história e para a vida de cada criança vítima de violência em uma escola, luto para o resgate da memória e da verdade histórica de cada uma das vítimas. A ideia é olhar para o passado, corrigir os seus erros e poder construir um futuro melhor. A nossa esperança é que cada pessoa que contemple o monumento se conscientize da necessidade de transformar este velho mundo em um lugar onde todos possam usufruir do amor ao próximo", publicou em sua rede social.
"As estátuas simbolizam muito mais que arte: representa um pedido de paz para toda a humanidade. Que todos, ao olharem as esculturas, tenham o desejo de gerar um mundo habitado por seres humanos melhores, mais dignos da dádiva da vida e mais fraternos", concluiu.
Durante o ato, os familiares também homenagearam as quatro crianças mortas durante ataque a uma creche em Blumenau, Santa Catarina. Sobrevivente do Massacre de Realengo, William Miguel de Paiva lamentou sobre a reincidência desse tipo de crime.
"Minha pergunta fica às autoridades: até quando esse tipo de coisa vai precisar acontecer? Até quando as nossas crianças vão precisar entrar no colégio sem saber se vão sair de lá vivas para que eles façam alguma coisa", questionou em entrevista ao programa "RJ1", da TV Globo.
Relembre o caso
Na manhã do dia 7 de abril de 2011, um ex-aluno entrou armado na Escola Tasso da Silveira, matou 12 estudantes e feriu outros 13 com idades entre 12 e 15 anos. O massacre foi interrompido por uma equipe da Polícia Militar, que foi chamada ao local. O atirador foi ferido em uma troca de tiros com um sargento da polícia e, em seguida, tirou a própria vida.