Bruno Tonini, de 38 anos, e Thiago Leonel, 40, eram amigos e assistiram o clássico juntos horas antes da fatalidadeReprodução
MPRJ apura se morte de torcedor do Fluminense teria sido motivada por discussão política
Testemunhas revelaram que o atirador, o agente penal Marcelo Lima, teria se desentendido com a vítima, o cinegrafista Thiago Leonel, após chamar torcedores de 'petistas' e 'ladrões'
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está apurando a motivação da morte do torcedor do Fluminense, Thiago Leonel Fernandes da Motta, de 40 anos, assassinado após uma partida contra o Flamengo pelo Campeonato Carioca. Uma nova linha de investigação tenta descobrir se o homicídio teria sido motivada por uma discussão política. O agente penal Marcelo de Lima, acusado de atirar contra na vítima, permanece preso.
Ao DIA, o promotor Fabio Vieira, da 2ª Promotoria de Justiça Junto ao II Tribunal do Júri da Capital, afirmou que as investigações já estão bem delineadas, mas a única incógnita do caso continua sendo o que teria levado o autor a cometer o crime. "Só restou uma dúvida do motivo. Se foi uma discussão quando eles querem pegar uma pizza, se eles já se conheciam antes, e outras testemunhos narram que é possível ter tido um discussão [política] na saída do Maracanã", explicou.
Ainda segundo o promotor, testemunhas revelaram que Marcelo, que é torcedor do Vasco, teria ido ao estádio durante o clássico Fla x Flu e passado pela torcida do Flamengo disparando xingamentos de cunho político, equiparando os torcedores à apoiares do Partido dos Trabalhadores (PT) e afirmando serem ladrões. Diante dessa atitude, Thiago e seu amigo Bruno teriam, supostamente, se incomodado com os comentários e iniciado uma discussão.
"Talvez essa discussão teria evoluído para a ação criminosa. É esse ponto que ainda estamos investigando. Então, é um detalhe na investigação que é importante, por óbvio, para que nós saibamos a motivação do crime", completou.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Imagens foram analisadas, testemunhas foram ouvidas e agentes realizam outras diligências para esclarecer os fatos e a motivação do crime.
Relembre o caso
O crime aconteceu na Rua Isidro de Figueiredo, no Maracanã, Zona Norte, após o clássico Fla x Flu pelo Campeonato Carioca, no último dia 1º. De acordo com algumas testemunhas, Thiago teria sido morto por Marcelo de Lima após uma briga por causa das duas últimas pizzas brotinhos do bar em que estavam. No entanto, a Polícia Civil e o MP já investigam possíveis outros motivos, após ouvir novas testemunhas.
Marcelo foi preso em flagrante e, mais tarde, teve a prisão convertida em preventiva. A Seap informou que o agente não estava em serviço no momento do crime e disse que "repudia todo ato de violência praticado pelos seus servidores". A secretaria disse ainda que será aberto um Procedimento Disciplinar Administrativo.
Durante a confusão, Bruno Tonini Moura, de 38 anos e amigo de Thiago, ficou ferido e foi levado para o Hopital Badim, no bairro do Maracanã, onde passou por cirurgia. De acordo com a direção da unidade, Bruno segue na UTI, recebendo todos os cuidados necessários.
De acordo com um amigo da vítima, por conta dos tiros que o atingiram, Bruno perdeu um pedaço do fígado, do intestino, baço e um dos rins. Ainda segundo o relato, o torcedor ainda sofre risco de vida e precisa de transfusões de sangue.
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