Entregadora Viviane Teixeira está presa desde o dia 24 de abril após se entregar na 15ª DP (Gávea)Pedro Ivo / Agência O Dia

Rio - A defesa da entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira, agredida pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, pretende entrar com um novo habeas corpus pedindo a soltura após a Justiça de São Paulo manter a prisão preventiva relacionada a um processo de 2016 pelo crime de tráfico de drogas.
O juízo da cidade de Laranjal Paulista indeferiu, nesta quarta-feira (3), o pedido de revogação da prisão preventiva após analisar os antecedentes criminais de Viviane na cidade do Rio, onde ela mora há sete anos. Mesmo com nenhum registro de crime cometido no estado, o magistrado decidiu manter a entregadora acautelada durante a instrução do processo em São Paulo.
Após a determinação da Justiça, a defesa pretende entrar com um novo habeas corpus para conseguir a liberação da entregadora.
Além da situação de São Paulo, Viviane também está na espera da análise de um pedido feito por seus advogados, que alegam morosidade na realização da sua audiência de custódia que aconteceu mais de 24h depois de sua prisão. Até o momento, o Tribunal de Justiça do Rio ainda não julgou essa solicitação.
A entregadora está presa desde o dia 24 de abril na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, após se entregar na 15ª DP (Gávea). Segundo a defesa, ela não sabia do mandado de prisão em aberto. O processo começou porque a mulher descumpriu as medidas cautelares impostas pela Justiça de São Paulo já que não avisou que viria para o Rio. De acordo com Prisciany Sousa, a entregadora não tinha ciência que precisava avisar sobre a mudança.
Envolvimento em processo de agressão
A entregadora também está envolvida no processo contra a ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá. No domingo de Páscoa, a ex-atleta foi flagrada agredindo Viviane e o também entregador Max Ângelo, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, Sandra mordeu a perna da entregadora enquanto a vítima se segurava em uma grade. Viviane conseguiu escapar e foi perseguida por Sandra.
A entregadora não havia prestado depoimento no inquérito por falta de condições psicológicas, segundo a defesa, mas na segunda-feira (24), dia em que foi presa, resolveu registrar o caso. Ela depôs sobre o assunto e representou criminalmente a atleta pelos crimes de homofobia, injúria, lesão corporal, dano e perseguição.
"Os atentados homofóbicos, as lesões corporais, todo o transtorno psicológico que ela está tendo, que ela ainda está em tratamento psicológico no presídio, isso não pode ficar apagado. Nós, mesmo com ela acautelada, vamos fazer Justiça aqui para ela em relação aos atentados que ela sofreu dispensados pela ex-jogadora de vôlei", explicou a advogada Prisciany Sousa. 
O crime aconteceu depois que Sandra teria se revoltado com a presença de entregadores sentados na porta de uma loja, na Estrada da Gávea, próximo ao número 847, em São Conrado. Segundo os trabalhadores, a mulher passeava com o cachorro e, ao se deparar com o grupo, cuspiu no chão e seguiu andando com animal. Ao voltar, Viviane questionou o motivo da raiva da ex-atleta de vôlei, que se alterou e passou a ofender e agredir os entregadores.
Max Ângelo dos Santos, uma das vítimas, foi chamado de marginal e preto. Sandra também o agrediu com socos e com a guia de uma coleira de cachorro. A investigação segue em andamento na 15ª DP (Gávea).