Shayene Cesário chorou durante o enterro do marido no Cemitério Jardim da Saudade, em SulacapArquivo / Pedro Ivo / Agência O Dia
Viúva de Moisés da Vila afirma que marido estava desarmado e sem segurança no dia do crime
Wilson Vieira Alves, ex-presidente da Unidos de Vila Isabel, foi morto a tiros em setembro de 2022; Capitão Guimarães é investigado
Rio - Shayene Cesário, viúva de Wilson Vieira Alves, o Moisés, usou as redes sociais nesta segunda-feira (15) para desabafar sobre o homicídio do marido. O ex-presidente da Unidos de Vila Isabel foi morto a tiros em setembro do ano passado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, é investigado pelo crime.
A Musa da Portela escreveu que Moisés estava desarmado e sem segurança na hora em que foi assassinado. Segundo Shayene, o marido estava levando uma vida tranquila no mundo do samba junto com a família. A morte de Wilson é definida por ela como um ato de covardia.
"A morte do meu marido foi um ato de extrema covardia pois todos sabiam que o Moisés estava vivendo para a família uma vida tranquila, toda semana comigo no samba, desarmado e sem segurança. Que Deus proteja a minha vida e da minha filha dessa covardia que destruiu a felicidade da nossa família", postou.
Em entrevista ao DIA em março deste ano, a viúva ainda disse ter conhecimento sobre existir um mandante para o crime, mas não sabe quem seria. "Acho que o mandante sempre se incomodou com a vida e história de vitória e liderança do meu marido", afirmou.
Shayene ainda revelou ter sido ameaçada e disse que teme pela sua vida e a da filha após a morte do marido. Segundo ela, depois do crime, a família chegou a ter a segurança afetada.
"No dia do meu depoimento oficial na Delegacia de Homicídios, o drone retornou à minha residência e foi encontrado um localizador no meu carro. Conforme já divulgado na imprensa, ameaça no telefone da minha filha que foi bugado", assumiu.
O assassinato contra Moisés aconteceu no dia 25 de setembro de 2022, em um posto de gasolina na Avenida das Américas. Os suspeitos aguardaram o momento em que a vítima saía de uma farmácia, localizada no mesmo estabelecimento, e retornava para o veículo. Na ação, dois homens se aproximaram em uma moto, um deles desembarcou, se aproximou e atirou na cabeça da vítima, que morreu na hora.
Capitão Guimarães investigado
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pela investigação sobre a morte de Moisés, realizou uma operação na sexta-feira passada (12) contra suspeitos de envolvimento no assassinato. O bicheiro Capitão Guimarães e o filho, Luiz Macedo Guimarães Jorge, foram dois dos alvos. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.
Agentes da DHC, como apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), também fizeram buscas em presídios do Rio, contra Alzino Carvalho de Souza e Deveraldo Lima Barreira. Os investigados são homens de confiança de Capitão Guimarães.
Os policiais investigam se desavenças entre o bicheiro e Moisés motivaram o crime. Em um dos endereços, os agentes apreenderam um veículo Porsche avaliado em R$ 700 mil, R$ 10 mil em dinheiro, telefones celulares, equipamentos eletrônicos e anotações. Um dos celulares foi apreendido em uma cela no Presídio Constantino Cokotós, em Niterói, onde Alzino está preso.
Os agentes também vistoriaram a cela onde Deveraldo está preso no Presídio José Frederico Marques, em Benfica. Ambos são suspeitos de participar de alguma forma na morte de Moisés, mas estão presos por conta de outros crimes.
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