Inquérito administrativo da Marinha foi instaurado para apurar afundamento do navio graneleiro True Conrada na Baía de SepetibaReprodução
"Se entendermos que há necessidade de aplicação de multa, o Inea vai assim proceder. De cara, nós temos a constatação de que o não aviso, o não alarme por parte da empresa para com o Inea já é passível de multa. As nossas equipes técnicas estão avaliando a situação e se for necessário, agiremos com todo o rigor para o controle ambiental", disse Pampolha durante sobrevoo no local em Mangaratiba, próximo ao Porto de Itaguaí, na manhã desta quarta-feira (17).
O navio graneleiro perdeu o controle de direção quando saía do Porto de Itaguaí pelo canal de acesso e colidiu com o talude (terreno inclinado), o que danificou uma parte de seu casco. A embarcação foi rebocada até a barra, onde está fundeada e passou por reparos e atividades necessárias para restabelecimento da sua flutuabilidade. O órgão ambiental estadual notificou a siderúrgica solicitando maiores esclarecimentos sobre o caso.
A Marinha do Brasil (MB), por sua vez, informou que a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá (DelItacuruçá) tomou conhecimento do acidente na última quarta-feira (10). A embarcação interrompeu a viagem para que o comandante pudesse avaliar uma possível avaria no tanque de lastro, fundeando com segurança nas proximidades do par de boias 1 e 2, onde se encontra até o momento "estável e sem risco iminente".
A DelItacuruçá enviou uma equipe de Inspeção Naval ao local para verificar o ocorrido e acionou o Grupo de Vistoria e Inspeção (GVI) da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ), além de um militar da própria DelItacuruçá, para inspecionarem a parte estrutural e a documentação do navio. Na oportunidade, não foram identificados indícios de poluição hídrica.
A delegacia da capitania notificou o armador e o comandante da embarcação para apresentarem o plano de contingência a ser acionado, caso necessário, além de esclarecimentos sobre o ocorrido .
O reparo subaquático nos tanques de lastro afetados foi concluído na terça (16). A próxima ação, segundo a Marinha, será a inspeção interna nos tanques, prevista para quinta-feira (18).
Um inquérito administrativo foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades da ocorrência, bem como colher ensinamentos para reduzir a probabilidade de situações análogas no futuro. Concluído o inquérito e cumpridas as formalidades legais, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo.
O especialista avalia que neste caso é possível que a avaria naval tenha sido isolada do restante do casco uma vez que projetos deste tipo de embarcação em geral possuem cascos compartimentados, de modo que se um compartimento for avariado é possível isolá-lo do restante do navio.
"Se isso foi feito e os reparos estão em andamento, então é necessário um monitoramento permanente para assegurar que nenhuma falha permita o vazamento indevido de combustível e outros produtos químicos do navio, ou, da própria carga", alertou.
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