Bar Popeye está localizado na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, Zona Sul do RioArquivo / Pedro Ivo / Agência O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou, nesta quinta-feira (18), o empresário Milton Carlos Caruso de Freitas, dono do Bar Popeye, por homofobia. De acordo com a 2ª Promotoria de Justiça Penal Especializada do Rio de Janeiro, ele se recusou a atender uma pessoa em razão da sua orientação sexual no seu estabelecimento, localizado em Ipanema, Zona Sul do Rio. Além disso, Milton também teria ordenado os funcionários a não atenderem as vítimas.
A denúncia relata que, no dia 7 de setembro do ano passado, Freitas "agiu de maneira livre e consciente, impulsionado por motivação homofóbica", para orientar que seus funcionários não servissem um chopp ao designer Fernando Pimentel e seu marido, Rafael Monteagudo, no balcão do bar.
Ao recusar o pedido, o garçom disse que não poderia servir o rapaz por ordem do proprietário, que estava atrás do balcão. A vítima ainda perguntou por que outras pessoas estavam sendo servidas e Milton respondeu: "Não quero vender chopp para gay. Não quero vocês aqui no meu bar".
"O comportamento dispensado à vítima, atentatório à dignidade humana e evidenciado pelas palavras insultantes, tinha o intuito de depreciá-la por sua orientação sexual, traduzido em expressão de racismo, compreendido este em sua dimensão social, com potencial de causar-lhe odiosa inferiorização e perversa estigmatização. Agindo de forma preconceituosa e discriminatória, o denunciado violou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição da República praticou a conduta delituosa", diz um dos trechos da denúncia.
Além de pedir a condenação do empresário por homofobia, com pena prevista de um a três anos de reclusão, a promotoria pediu à Justiça do Rio a suspensão do funcionamento do bar Popeye pelo prazo de três meses.