Bruno de Souza Rodrigues é considerado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) o mentor do plano para matar Jeff MachadoReprodução/ Redes sociais

Rio - A Polícia Federal (PF) incluiu em seus sistemas o alerta de que Bruno de Souza Rodrigues está foragido pela morte e ocultação do corpo de Jefferson Machado. O produtor de televisão é procurado desde a última sexta-feira (2), quando a Justiça decretou sua prisão e a do garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga, que já foi detido. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (5) pelo advogado da família do ator, Jairo Magalhães. 
Desde que se tornou foragido, não houve registro de que Bruno tenha usado o passaporte. Por ser descendente de portugueses e contar com dupla cidadania, o produtor tem passaporte europeu, mas a licença não seria um impeditivo para sua identificação e prisão em portos e aeroportos, desde que ele tente deixar o país com o mesmo nome que se identifica no Brasil. 
Além do alerta da Polícia Federal, o advogado Jairo Magalhães também encaminhou um e-mail alertando o Departamento de Estrangeiros e Fronteiras da Polícia Judiciária de Portugal sobre o suspeito estar sendo procurado no Brasil. "Permanecer foragido só demonstra o interesse dele de se furtar da aplicação da lei penal, justificando e reforçando a necessidade da prisão dele", destacou a defesa.
Investigações próximas de serem concluídas
Na última sexta-feira, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) cumpriu um mandado de prisão temporária contra Jeander, expedido na noite desta quinta-feira (1º), pela 1ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Neste domingo (4), o juiz Diego Fernandes Silva Santos, da Central de Audiências de Custódia (CEAC) de Benfica, manteve a prisão do garoto de programa. Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Os agentes também tentaram localizar o produtor, mas ele não foi encontrado. Os advogados dele estiveram na delegacia, mas não informaram se o suspeito pretendia se entregar à polícia. Segundo a delegada titular da DDPA, Elen Souto, as investigações estão próximas de serem concluídas e o Bruno e Jeander são os únicos envolvidos na morte. A possibilidade de mais um suspeito ter participado do crime surgiu depois que eles confessaram que ajudaram a ocultar o corpo do ator, mas negaram que seriam os responsáveis pela morte.
A dupla afirmou que o homicídio foi cometido por uma terceira pessoa, identificada apenas como Marcelo, após a gravação de um vídeo para uma plataforma de conteúdo adulto, feita na casa da vítima, no dia 23 de janeiro. A informação foi divulgada na última quinta-feira (1º), em um vídeo publicado pela defesa de Bruno, em que ele nega a participação no homicídio. Nas imagens, ele afirmou que Jeff, Jeander e Marcelo, apontado pelo suspeito como um rapaz com o qual o ator se relacionaria, participaram da gravação. De acordo com a Polícia Civil, no entanto, apenas o produtor e o garato de programa estão envolvidos na morte e ocultação do cadáver da vítima.
Relembre o caso
O corpo de Jeff foi encontrado no último dia 22 dentro de um baú enterrado e concretado a dois metros de profundidade em uma casa alugada por Bruno, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator. 
Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Uma fatura bancária do ator entregue à Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), indicou que o cartão de crédito dele foi usado após o seu desaparecimento. De acordo com o boleto de fevereiro de 2023, foram feitas quatro transações entre os dias 23 e 26 de janeiro, mesmo período em que a investigação acredita ter ocorrido a morte do ator. A movimentação suspeita é de R$ 5.392,02.
Na última quinta-feira (1º), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu a prisão temporária de Bruno e Jeander, depois de analisar que o crime teria sido premeditado pela dupla. "Os ora indiciados são suspeitos de praticarem os crimes de homicídio e de ocultação de cadáver contra Jefferson, aproveitando-se do momento em que mantinham relação sexual com a vítima para pôr em prática plano criminoso, estrangulando-a e colocando o seu cadáver em um baú, para, posteriormente, ocultá-lo no terreno do imóvel alugado por Bruno, onde o enterraram e concretaram a cerca de dois metros de profundidade", escreveu o promotor Sauvei Lei.