O motorista foi indiciado por intolerância religiosaReprodução
De acordo com a especializada, o inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público. Ao Dia, a empresária informou que espera que o caso sirva de alerta para que as pessoas tenham mais amor e respeito ao próximo.
"Agradeço a Deus e aos Orixás, que esse tipo de intolerância não fique mais impune no nosso país. Muitas pessoas já sofreram e sofrem caladas, por medo de ninguém acreditar nelas. Que sirva de atenção para as pessoas que não respeitam o seu próximo", disse.
Na ocasião, Tais explicou que estava acompanhada das filhas e da sua sogra, a única sem a vestimenta, quando solicitou a viagem para ir a um terreiro, e o motorista se recusou a levá-las, sendo extremamente grosseiro. Uma das filhas da empresária já estava com um dos pés dentro do carro quando o homem a impediu de entrar.
Após o episódio, a empresária contou ainda que enfrentou dificuldades com as crianças, mas que seguiram em frente. "Minhas filhas desde de sempre quiseram fazer parte, e nunca tiveram vergonha ou se sentiram constrangidas pela nossa religião, mas confesso que depois do ocorrido foi muito triste para todas nós. Pois no colégio as outras crianças não queriam interagir com elas, depois de ter visto elas na TV, a pequena não queria andar em carro de aplicativo com medo da negação, Mas tudo na vida passa e isso passou também! Vida que segue e nós mais do que nunca. Prontas pra seguir!", finalizou.Motorista de aplicativo recusa levar família vestida com trajes do Candomblé em Duque de Caxias; Polícia investiga o caso.
— Jornal O Dia (@jornalodia) May 1, 2023
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Para o pai de santo Celinho de Obaluaiyê, que esperava pelas mulheres em seu terreiro, a Justiça está sendo feita.
"Eu acredito desde o primeiro momento que a Tais foi usada pelos Orixás para combater essa intolerância e esse preconceito racial e religioso. Ela é uma mulher de personalidade forte, determinada, e foi usada para lutar pela causa. Talvez, se fosse uma outra pessoa, poderia ficar tão oprimida e constrangida a ponto de não denunciar e levar o caso à Justiça. Eu a considerei como um instrumento e agora a Justiça está sendo feito", disse.
Na época, a Uber informou que o motorista foi afastado. "A Uber não tolera qualquer forma de discriminação. Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. A conta do motorista parceiro já foi temporariamente desativada, enquanto aguardamos pelas apurações", informou a empresa.
Em depoimento na Decradi, o motorista negou que recusou a corrida pelas vestimentas da família, e alegou que não poderia levar quatro pessoas no veículo.
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