Pedro Ricardo Conceição da Rocha, o King, de 19 anos, é apontado como o criador de grupos no Discord para cometer crimesDivulgação/Polícia Civil

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Cachoeiras de Macacu, denunciou, nesta segunda-feira (31), Pedro Ricardo Conceição da Rocha, o King, de 19 anos, apontado como criador do principal grupo do Discord que praticava estupro e estimulava suicídio de crianças e adolescentes. King foi preso em uma operação da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) no dia 4 de julho.
A especializada indiciou Pedro Ricardo pelos crimes de associação criminosa, estupro qualificado e coletivo, estupro de vulnerável e corrupção de menores. Entre agosto de 2021 e março de 2023, acessando a plataforma Discord, que permite que as pessoas se comuniquem em transmissões de vídeos ao vivo, Pedro criou um grupo com outros quatro adolescentes com a finalidade de cometer crimes contra crianças e adolescentes.
"Os integrantes da associação criminosa, dentre eles o denunciado, atuavam não só através da contemplação virtual, mas também pela determinação ao vivo e online de ações proativas de vítimas, crianças e adolescentes, constrangidas sob ameaças de causar mal às vítimas e seus familiares e de divulgação de fotos e vídeos íntimos anteriormente hackeados, a praticarem atos de automutilação, degradação física, exposição íntima, zoofilia e atos libidinosos, colocando em risco a saúde, integridade física e psicológica das vítimas", diz trecho da denúncia do MPRJ oferecida ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Os integrantes da associação criminosa ainda armazenavam e divulgavam as fotos e os vídeos das atrocidades a que eram submetidas as vítimas menores de idade.

De acordo com o MPRJ, os participantes da associação criminosa, em um primeiro momento, vasculhavam as redes sociais das vítimas, usuárias da plataforma Discord, na busca de fotos e vídeos tidos como comprometedores e dos dados pessoais dos menores e seus familiares. Em seguida, as vítimas eram ameaçadas e os criminosos diziam que iriam divulgar os arquivos, atraindo crianças e adolescentes para chamadas de vídeo. Ainda segundo a denúncia, Pedro Ricardo Conceição da Rocha exercia o domínio sobre os demais integrantes do grupo.