Populares ateam fogo durante manifestação na Praça Seca Reprodução

Rio - Moradores da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, tentam retomar a rotina, nesta segunda-feira (11), após um fim de semana de tensão. Uma manifestação, neste domingo (10), interrompeu o tráfego da Rua Cândido Benício, uma das principais da região, e a circulação de ônibus do BRT em estações do corredor Transcarioca. Segundo a Polícia Militar, além do patrulhamento de rotina realizado pelo 18º BPM (Jacarepaguá), a região conta com uma ocupação permanente da corporação desde o início do ano.
Na manhã desta segunda, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que as escolas da rede estão funcionando, assim como as unidades de saúde, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O trafégo também está normalizado na região. Na tarde de domingo, o 18º BPM foi acionado para um ocorrência de obstrução de vias nas proximidades da comunidade da Chacrinha, na Praça Seca, e do Morro do Jordão, no Tanque, também na Zona Oeste.
Um grupo de moradores da Chacrinha ateou fogo em pneus e pedaços de madeira na Rua Cândido Benício, sentido Madureira, na altura da estação Ipase do BRT. Por conta do ato, a circulação das linhas Paulo da Portela x Alvorada (35 Parador); Penha x Alvorada (46 Expresso); e Paulo da Portela x Recreio (SE010 Expresso), entre as estações Tanque e Pinto Teles, ficaram interrompidas por cerca de uma hora. Já o Morro do Jordão registrou confronto por volta das 10h20. O Batalhão de Operações Policiais Especiais e o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) reforçaram o policiamento nas regiões.
Durante um patrulhamento na Chacrinha na noite de ontem, o Bope foi alertado sobre homens que estariam transportando drogas para a comunidade. No esconderijo, as equipes apreenderam 4.580 pinos de cocaína e 623 tabletes de maconha, próximos a uma lixeira. A ocorrência foi encaminhada para a 32ª DP (Taquara). Desde a tarde de domingo, não houve novos registros de manifestações ou troca de tiros em nenhuma das localidades, e não há registro de feridos ou presos. 
Nas últimas semanas, a Praça Seca e o Tanque se tornaram palco de uma guerra pelo controle da área. Após uma invasão de milicianos ao Morro do Jordão, no mês de agosto, traficantes teriam recuado para a Chacrinha. Desde então, os grupos têm se enfrentado constantemente, provocando uma rotina de violência para os moradores e comerciantes.
Desde o ano passado, a Zona Oeste sofre com as disputas territoriais. A região foi dominada por grupos paramilitares por anos mas, recentemente, o tráfico, buscando expandir pontos de venda de drogas, conseguiu tomar o controle em diferentes locais. Algumas comunidades da Zona Norte, como os morros do Fubá e Campinho, também são alvos dos conflitos.