Família de bebê morta após ser queimada em hospital de Niterói é ouvida na 1ª Vara Criminal de São GonçaloArquivo/ Cleber Mendes/ Agência O Dia

Rio - A enfermeira Mariana Pinheiro de Souza, acusada de matar um bebê queimado no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói, não compareceu à audiência que investiga o crime. A sessão estava marcada para esta terça-feira (19), às 13h30, na 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A defesa apresentou atestado médico para justificar a ausência. A audiência foi remarcada para o dia 10 de outubro, às 13h30.
Frustrados, mãe, pai e avó materna da menina de seis meses, morta em agosto de 2020, lamentaram o adiamento da audiência. "Estamos muito tristes, pois mais uma vez foi adiado o nosso sentimento de justiça. Achamos que hoje nós teríamos dado um grande passo para isso, mas não aconteceu", disse Adilene, avó da bebê.
Mesmo sem a presença da enfermeira, os pais e a avó da criança optaram por falar em juízo, nesta terça-feira (19). Ao juiz, os familiares reafirmaram que a bebê havia sido internada no hospital com um quadro de pneumonia, no dia 20 de agosto de 2020. À época do caso, Luara dos Santos, de 26 anos, mãe da criança, explicou que desde o nascimento sua filha passava por seguidas internações em decorrência de uma meningite, além de também ter microcefalia.
Segundo a denúncia, a enfermeira teria colocado a criança para tomar banho sem checar a temperatura da água, que no momento estava em cerca de 50°C. As queimaduras atingiram 38% do corpo da bebê, as costas, nádegas, pernas e barriga da bebê, que morreu dez dias depois.
A enfermeira Mariana foi indiciada por homicídio e aguarda o julgamento em liberdade. Uma segunda enfermeira, identificada como Elaine Machado Lopes, também foi indiciada por omissão de comunicação do crime, uma vez que ela soube do fato e não comunicou o ocorrido.