Familiares do frentista morto em Caxias estão no IML de Caxias para liberação do corpo, nesta Quinta-feira (21).Marcos Porto/Agencia O Dia

Rio - "Era uma pessoa ímpar. Vivia para os filhos. Um cara que ensinou muita coisa para todos da família". Essa é a forma como Jefferson Souza, de 35 anos, definiu o primo, André Moura Couto, de 47 anos, que morreu nesta quarta-feira (20) depois de ter sido baleado em um tiroteio enquanto prestava serviço para um posto de combustível em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ao DIA, Jefferson disse, nesta quinta-feira (21), que o primo trabalhava com pintura e lanternagem e estava fazendo um "bico" para o estabelecimento quando uma viatura da Polícia Militar parou no local para um dos policiais ir ao banheiro. Neste momento, homens armados passaram com um carro e atiraram contra o veículo da PM, dando início a um confronto. Um dos tiros acertou André fatalmente.
"Ele estava trabalhando, terminando um serviço de manutenção no posto e conversando com um segurança, que era amigo dele. Parou uma viatura da polícia para ir no banheiro. A viatura parou para ir no banheiro e os criminosos passaram atirando contra essa viatura. Quem foi atingido foi o segurança e ele, que já foi a óbito ali mesmo no local", disse. 
Segundo o primo, André era uma pessoa que vivia para cuidar da família e para o trabalho. Jefferson disse que o homem trabalhava para uma empresa de lanternagem e pintura, além de ter sua própria oficina de onde tirava um dinheiro extra. Tudo que conquistava era pensando no casal de filhos.
"A relação dele com os filhos era ótima. Eram tudo para ele. Vivia para os filhos dele. Não media esforços para poder ajudar. Um excelente pai. Um cara que ensinou muita coisa para todos nós da família. Sempre ensinou o caminho certo. Sempre foi um paizão, tanto com os filhos quanto com os primos", destacou.
O primo espera que a investigação chegue à conclusão de quem eram os homens armados que passaram atirando no local onde André estava para que haja Justiça.
"Todos nós da família esperamos Justiça para ver se vai ser só mais um ou se realmente vai ter uma resposta das autoridades. O pobre é sempre mais um. Estamos vivendo em um mundo onde sempre está acontecendo isso e está sendo sempre mais um", finalizou.
O sepultamento de André foi realizado, na tarde desta quinta-feira (21), no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. 
Relembre o caso
O crime aconteceu em um posto de combustível na Avenida Presidente Kennedy, em Duque de Caxias, na madrugada desta quarta-feira (20). André e Marcelo Soares, que também trabalhava no local, foram atingidos por disparos durante um confronto entre policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) e criminosos do Complexo da Mangueirinha.
Equipes do Corpo de Bombeiros chegaram a ir até o local, mas encontraram o pintor morto. Já Marcelo foi socorrido e encaminhado para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), também em Caxias, com um tiro na coxa esquerda. Segundo a prefeitura da cidade, os médicos realizaram um raio-X na perna do funcionário do posto e, logo depois, ele recebeu alta.
Em nota, a Polícia Civil informou que Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada e investiga a morte de André. Agentes da especializada atuam para identificar os responsáveis pelos disparos e esclarecer todos os fatos.