Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, vão tratar, na tarde desta sexta-feira (6), sobre ações de cooperação entre a Polícia Federal e as forças de segurança estaduais nas investigações sobre a morte de três médicos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Também será tema do encontro a cooperação entre os governos Federal e do Rio de Janeiro na operação voltada ao Complexo da Maré.
A reunião será realizada no Palácio Guanabara, às 12h30. O encontro acontece em meio aos recentes episódios de violência no estado do Rio de Janeiro. A execução dos médicos Diego Bonfim, 35 anos, Marcos de Andrade Corsato, 62, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Daniel Sonnewend Proença, 32, que está internado, é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pela a Polícia Federal.
A união aconteceu após uma conversa entre o secretário de Polícia Civil do Rio, José Renato Torres, Cláudio Castro e com o ministro da Justiça, Flávio Dino, ainda durante a madrugada desta quinta-feira (4). "Entendemos que nós teríamos que ter uma cooperação, integração para dar uma solução mais rápida a esse bárbaro crime. O homicídio precisa madurar, a gente tem menos de 12h e o governador pediu todo o empenho da instituição. Eu tenho certeza que esse crime não vai ficar impune", disse Torres.
Já o delegado João Paulo Garrido, da Superintendência da Polícia Federal no Rio, afirmou que todos os recursos da Polícia Federal estão sendo empregados na investigação.
Médico pode ter sido confundido com miliciano da Zona Oeste
A semelhança física entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, e o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, chamou a atenção dos investigadores da Polícia Civil e Federal, que tentam descobrir a motivação por trás da execução de três médicos na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, na madrugada desta quinta-feira (5). Uma das linhas de investigação é de que criminosos podem ter sido avisados sobre a suposta presença de Taillon no quiosque e ido ao local para executá-lo. O plano, no entanto, não teria dado certo, pois quem estava no local era o médico e não o miliciano.
Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. O filho traçou o mesmo caminho e também é apontado pelo MPRJ como sendo líder de uma quadrilha que atua na região de Rio das Pedras, Muzema e adjacências.
Testemunha diz que execução foi rápida
Uma testemunha da execução, que preferiu não se identificar, disse que só conseguiu perceber que eram tiros após o terceiro disparo. Depois, correu para se abrigar.
"Eu estava do lado do ocorrido ali e a gente estava tomando uma cerveja, comendo. E aí ouvimos um barulho, parecia uma garrafa quebrada. Quando deu o segundo, o terceiro barulho a gente identificou e percebeu que era tiro. Aí a gente desceu correndo pela orla", disse.
Segundo seu relato, não houve conversa e nem anúncio de assalto. Os homens chegaram, desceram do veículo, atiraram contra as vítimas, voltaram para o veículo e foram embora.
"Não teve conversa, não teve voz de assalto, nem nada, simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito rápido, muito rápido, em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. foi simplesmente uma execução. então a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. E aí já tinha ido embora, acho que eram dois ou três elementos aí foi muito rápido, muito assustador, uma primeira experiência no Rio, horrível", disse.
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