Secretário de Polícia Civil Marcus Amim se reuniu com representantes do MPRJDivulgação / MPRJ
MPRJ e Polícia Civil discutem estratégia para apurar ataques a ônibus na Zona Oeste
Representantes definiram ações de combate ao crime organizado
Rio - Representantes do Ministério Público do Rio (MPRJ) se reuniram, nesta quarta-feira (25), com o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, com objetivo de discutir estratégia de integração para combater o crime organizado. De acordo com o promotor de Justiça Alexandre Themístocles, responsável pela Coordenadoria-Geral de Segurança Pública do MPRJ, o encontro traçou formas de atuação integrada para apurar os ataques a ônibus na Zona Oeste da cidade.
"Essa reunião buscou definir um plano de ação, entre o MPRJ e a Polícia Civil, para que possamos trazer resultados jurídicos adequados, lançando mão de todos os instrumentos disponíveis, de maneira coordenada, para alcançar o objetivo de prender os criminosos", contou Themístocles.
Representante do MPRJ no Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Consperj), o procurador Antonio José Campos Moreira também esteve na reunião e reforçou a importância de uma atuação integrada.
"Esse encontro demonstra a intenção que ambas as instituições têm de agirem de maneira integrada para enfrentar um problema comum, que é a criminalidade. Estamos passando por uma fase muito delicada na área de segurança pública no estado e, por isso, desejamos que, desta reunião, surjam resultados concretos e objetivos em prol da sociedade onde vivemos".
Ataques na Zona Oeste
Os ataques a coletivos aconteceram na tarde da última segunda-feira (23), depois que o miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto por policiais civis em uma operação na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz. Ele era sobrinho e possível sucessor de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, liderança da maior milícia do Rio.
Os criminosos incendiaram 35 ônibus, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento, se tornando o maior número de coletivos queimados da história da cidade do Rio.
O motorista de um dos ônibus sofreu queimaduras e está internado com quadro estável no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. Os milicianos ainda atearam fogo em um trem na altura da estação Tancredo Neves, em Paciência, em outros veículos e atacaram estações do BRT. A PM chegou a deter 12 pessoas, mas seis delas foram soltas por falta de indícios de participação nos crimes.
Nesta quarta-feira, os suspeitos Marlon Vanderson dos Santos Sacramento, Daniel Vinícius Ferreira Anunciação e Jackson Alexandre Siqueira dos Santos tiveram a prisão convertida em preventiva. Yuri Celine Ferreira, que também passou por audiência nesta quarta, teve liberdade provisória concedida, com aplicação de medida cautelar.
A PM também prendeu, nesta quarta, um suspeito de incendiar o ônibus da linha 954 (Taquara x Recreio). Wellington Silva Mendes de Mesquita, de 40 anos, foi localizado na comunidade Cesar Maia, em Vargem Pequena, na Zona Oeste, e confessou a participação no crime.
A corregedoria da PM também prendeu administrativamente o sargento do Batalhão de Choque (BPChq), Bruno Bento do Nascimento, dono da arma encontrada com Faustão. Além disso, a Polícia Civil investiga o criminoso Rui Paulo Gonçalves Estevão, o 'Pipito', de 33 anos, apontado como o sucessor de Teteu e responsável por coordenar os ataques. A instituição ainda pretende descobrir se, além da represália pela morte do criminoso, as ações do grupo foram uma estratégia para para despistar a segurança pública e Zinho conseguir fugir da comunidade.
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