Alecxander Montanheiro, de 53 anos, sofreu queimaduras e precisou ficar internadoRede Social
Motorista de ônibus incendiado permanece internado com quadro de saúde estável
Alecxander Montanheiro foi vítima de um dos incêndios aos 35 coletivos que ocorreram na última segunda-feira (23) na Zona Oeste
Rio - O motorista de ônibus, Alecxander Montanheiro, de 53 anos, que sofreu queimaduras durante os ataques que ocorreram na Zona Oeste, permanece internado, nesta quinta-feira (26), no Hospital Municipal Pedro II com estado de saúde estável.
Ele foi vítima de um dos incêndios aos 35 coletivos que ocorreram na última segunda-feira (23) em represália à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, o 'Faustão'. O criminoso, além de ser sobrinho de Zinho, também era preparado para ser o sucessor do tio. Conhecido como 'senhor da guerra', ele é apontado pela Polícia Civil como responsável pela união do tráfico e milícias.
Alecxander trabalhava em um dos ônibus da linha 804 (Campo Grande x Largo do Aarão), da empresa Expresso Pégaso, quando criminosos atearam fogo no coletivo. No momento do incêndio, o veículo estava no Largo do Aarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Sebastião José, os ataques afetaram o psicológico dos motoristas, que já convivem diariamente com o crime.
"O pânico foi geral, ao ponto deles só terem tempo de abrir as portas dos coletivos para que os usuários saíssem e deixarem o local correndo com medo de morrerem carbonizados, o que com certeza afeta o psicológico do profissional que já convive diariamente com a violência nas ruas, comprovando a falta de planejamento e a total desorganização do estado na área da segurança, deixando a sensação de que isso possa ocorrer novamente a qualquer momento. Muito ainda precisa ser feito para devolver a tranquilidade aos usuários e profissionais da categoria", disse Sebastião José.
Prejuízos
Os ataques a ônibus na Zona Oeste afetam mais de 2,5 milhões de passageiros que utilizam as linhas municipais e intermunicipais, e prejudicam cerca de 2 mil usuários por dia do BRT. Ao todo, 35 ônibus de serviços municipais, intermunicipais e fretamento foram incendiados. Segundo a Semove, Federação das Empresas de Mobilidade do Estado, o prejuízo para as empresas de ônibus é de quase R$ 38 milhões.
Já a Mobi-Rio, que administra o BRT, esclarece que três ônibus da frota antiga do BRT foram queimados e um ônibus padron foi apenas parcialmente atingido e já está sendo reparado. Além disso, quatro estações foram atingidas pelos ataques. Apenas a estação Santa Veridiana, em Santa Cruz, precisou ser fechada por conta do incêndio. O custo estimado com os reparos é de mais de R$ 100 mil.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.