Sepultamento de Paula Ribeiro Menezes Costa, morta à tiros em Queimados, na Baixada FluminenseCléber Mendes/Agência O Dia

Rio - O sepultamento da secretária e coordenadora política, Paula Ribeiro Menezes Costa, de 65 anos, aconteceu na tarde desta segunda-feira (30), no Cemitério Municipal de Queimados, na Baixada Fluminense. Paula e Clayton Damasceno Pereira, de 45 anos, pré-candidato a vereador por Queimados, foram executados a tiros na noite de sábado (28), no bairro Inconfidência, no mesmo município. O velório foi marcado por homenagens de colegas do PDT, partido ao qual ela era filiada há pelo menos 30 anos. 
Ao DIA, familiares e amigos disseram que Paula era uma pessoa que respirava política e era bastante requisitada pelos políticos para liderar campanhas de "corpo a corpo" com a população. Ela também denunciava irregularidades que feriam os direitos dos moradores da Baixada e se fazia presente em quase todos os conselhos políticos. Clayton estava trabalhando em conjunto com Paula há quatro meses e no dia do crime a dupla havia realizado uma visita a moradores da região para mapear ações da campanha. 
Um amigo da vítima lembrou que Paula foi uma das pessoas que recepcionou o político Leonel de Moura Brizola, em 1979, após 15 anos de exílio fora do país. O deputado federal Max Lemos, do PDT, também compareceu ao enterro da colega para se despedir. Segundo Max, a secretária defendia os ideais de Brizola e lutava pelas causas sociais. "Além de ter trabalhado em minhas campanhas, era 'brizolista' por convicção, a ponto de só usar as camisas de Brizola. Uma ativista importante e, inclusive, muitas lutas foram vencidas por causa dela. Merece toda a nossa homenagem. Estamos consternados", disse o deputado. 
Max disse não ter conhecimento sobre possíveis ameaças recebidas por Paula, mas afirmou que vai acompanhar de perto as investigações para identificar os autores do crime. "O que eu quero é que a Polícia Civil chegue à conclusão de quem matou e o motivo. Ainda na madrugada de domingo eu liguei para o secretário da Polícia Civil e também conversei com delegados da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense". O deputado também disse que vai fazer contato com o ministro da Justiça e, se preciso, a Polícia Federal assumirá as investigações.
Max Lemos também lembrou da semelhança entre o homicídio de Paula e Clayton com o de outro militante da Baixada. Ramon Henrique Durães Lima, de 37 anos, foi executado a tiros, no dia 1º de agosto deste ano, no bairro Fanchen, também em Queimados. Ramon era comerciante e ex-candidato a vereador no município. A Polícia Civil investiga se as mortes têm motivação política.
"Amanhã completa 90 dias que o militante Ramon foi assassinado. Quero saber o motivo, já que ambos são do mesmo perfil, militantes. Pensar na possibilidade que há um escritório do crime matando as pessoas, isso é uma coisa absurda", disse Max. 
O corpo de Clayton Damasceno foi enterrado no mesmo cemitério onde Paula foi sepultada, no último domingo (29). As circunstâncias do crime são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Entre as linhas de investigação está a possibilidade da dupla ter sido alvo de motivações políticas. Até o momento, não houve prisões. 
Vídeo mostra momento do crime
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que um criminoso disparou várias vezes contra Clayton e Paula. O crime de execução aconteceu às 23h34 do sábado (28), na Rua Olímpia Silva. No vídeo é possível ver que dois homens em uma moto passam na frente da sorveteria onde Clayton e Paula estavam sentados e apenas um criminoso desce do veículo correndo e faz os disparos contra a dupla. A ação dura cerca de cinco segundos.
O autor dos disparos retorna para a moto e foge com o comparsa. Também é visível nas imagens que uma segunda moto, com outros dois homens, acompanha a ação. A DHBF investiga se o crime tem motivação política e quem são os envolvidos na execução. 
Veja o vídeo:
 *Colaboração de Cleber Mendes.