Engenheiro da Setram Breno Tostes, secretário da Civil, Marcus Amim, de Turismo, Gustavo Tutuca e da PM, Luiz Henrique, apresentam operação para final da LibertadoresDivulgação/ Marino Azevedo/Ascom Polícia Civil

Rio - O secretário da Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique, afirmou na manhã desta quarta-feira (1) que a cidade do Rio toda preocupa os responsáveis pela segurança pública durante a final da Libertadores, no próximo sábado (4). Durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, ele comparou o planejamento ao da final da Copa do Mundo de 2014.
"A grande movimentação de turistas e torcedores do Boca requer uma preocupação de estar acompanhando a cidade a todo o momento, principalmente o deslocamento de torcidas para o Maracanã e para os locais de assistir a partida de futebol", afirmou o secretário da PM, coronel Luiz Henrique.
O secretário da Polícia Civil, Marcus Amim, afirmou que haverá reforço de delegacias especializadas na proteção de minorias e combate ao racismo. Amim acrescentou que o regime da corporação será semelhante aos adotados no Réveillon e Carnaval.

Além da final da Libertadores, entre Fluminense e Boca Juniors, no Maracanã, no sábado (4), às 17h, no feriado prolongado de Finados também haverá a primeira fase da prova do Enem no domingo e, no sábado, shows da banda Red Hot Chilli Peppers no Engenhão, na Zona Norte, e de Roberto Carlos, no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, Zona Sul do Rio.

A apresentação da operação de Segurança foi feita pelos secretários de Estado da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique, de Polícia Civil, Marcus Amim, de Turismo, Gustavo Tutuca, e pelo engenheiro de Transportes da Secretaria Estadual de Transportes (Setram), Breno Tostes.

O secretário da Polícia Civil, Marcus Amim, afirmou que a operação reforçada de segurança começa às 20h da noite desta quarta-feira (1). Na Polícia Militar, o planejamento será nos moldes do da Copa do Mundo com a suspensão das férias dos agentes e efetivo de regime do Réveillon e Carnaval.

No Maracanã, serão 24 pontos de bloqueios que começam a ser implantados a partir das 6h do sábado até que o jogo seja finalizado. Serão mais de 2.400 policiais militares no local com apoio da área de inteligência. Já a Polícia Civil empregará quase mil policiais, entre atividades operacionais e técnicas, até as 6h de segunda-feira (6).

O acesso ao Maracanã e a área interditada também vão contar com barreiras da Polícia Militar com apoio de funcionários contratado pela Conmebol. "Todos que adentrarem a área serão fiscalizados através de equipamento próprio e devem passar por dois ou três tipos de fiscalização até acessar o interior do Maracanã", explicou o secretário da PM.

As estações de metrô serão cobertas com o efetivo da PM, assim como o Sambódromo e Terreirão do Samba, onde ficarão os visitantes argentinos, que não conseguiram hospedagem no Rio.
"O ideal é que todos [torcedores do Boca Juniors] venham para cá com ingresso e local de hospedagem. Mas, se isso não acontecer, foi discutido junto à prefeitura um plano de contingência e esse pessoal vai ser abrigado no Terreirão do Samba e na Apoteose. Em relação à torcida do Fluminense, vai ser disponibilizado na Cinelândia um local para assistir o jogo de forma organizada, com a devida segurança e apoio do município e do estado também", explicou o coronel Luiz Henrique.

Durante a partida, a Polícia Civil utilizará o Juizado Especial completo, com a atuação de peritos criminais, responsáveis principalmente por verificar autenticidade de documentos e ingressos daqueles que entrarem no estádio, além de peritos legistas para exame de corpo de delito.

Um atendimento inédito especializado à população mais vulnerável será empregado pela Polícia Civil por parte da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) e da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) direcionado aos menores de idade.

A DEAPTI (Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade) vai atuar na defesa dos os idosos e a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) em proteção à população LGBTQIA+ e contra crimes de racismo dentro e no entorno do Maracanã. As Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAMs) também vão atuar. Por fim, as delegacias do entorno, próximas às áreas de concentração das torcidas finalistas e da Zona Oeste, onde haverá treinamentos para o jogo, também serão reforçadas.
O Programa Segurança Presente vai auxiliar a operação com 400 agentes por dia nos pontos Sambódromo, Cinelândia, Lapa, Copacabana, Maracanã e Aterro do Flamengo. O Corpo de Bombeiros também vai atuar com 450 bombeiros e 100 viaturas em apoio no Maracanã, além de guarda-vidas e motos aquáticas na Praia de Copacabana.
'Racismo e Homofobia são crimes no Brasil'
O secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, acrescentou que equipes da Subsecretaria de Inteligência e da Delegacia de Repressão ao Crimes de Informática estão monitorando as redes sociais contra crimes de racismo.
"A gente quer deixar bastante claro para aqueles que virão ao nosso país que crimes de racismo e de homofobia dão cadeia. A gente vai agir duramente nos limites legais contra aquele que promover qualquer tipo de ataque homofóbico ou de caráter racial. Será conduzido pela Polícia Militar, será preso pela Polícia Civil e será levado à Justiça", reforçou Amim.

Na área da Cinelândia, destinada à torcida do Fluminense o policiamento da PM será reforçado. Já os outros eventos, como show no Engenhão e prova do Enem, devem contar com 45 mil policiais militares.

O Batalhão de Turismo (BPTur) vai apoiar a atuação da PM com policiais bilíngues. "Tudo que a gente faz, principalmente quando a gente tem o turismo sendo movimentado na cidade, temos apoio do Batalhão de Turismo durante todo esse período de grande feriado e basicamente da Copa Libertadores", completou o coronel Luiz Henrique.
As forças de segurança vão monitorar as ações do Centro de Comando e Controle.
Preferência por metrô
Para quem vai ao Maracanã, a orientação é optar pelo metrô. A torcida do Boca Juniors deve desembarcar na estação do metrô de São Cristóvão e a torcida do Fluminense, nas estações São Francisco Xavier e Maracanã, que vão contar com apoio da Polícia Militar para orientação da torcida em direção ao estádio.
No retorno do jogo, o coronel Luiz Henrique afirmou que está sendo discutido junto ao MetrôRio e à prefeitura a possibilidade de haver vagões separados para receber as torcidas. Dessa forma, o desembarque será feito de forma controlada. Além disso, uma torcida deve ser liberada apenas após a outra ser retirada do estádio.
As estações de trem da SuperVia também receberão reforço no policiamento.
Proibição de cerveja e caminhada
O secretário da Polícia Militar, Luiz Henrique, explicou as medidas de segurança adotadas a pedido da Polícia Militar de proibição de venda de bebida alcoólica no entorno do Maracanã e de uma caminhada organizada pela torcida do Fluminense de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, ao Maracanã, na Zona Norte.
"Se a gente vai concentrar os argentinos na Apoteose e no Terreirão do Samba, não tem lógica permitir que a torcida do Fluminense faça uma caminhada de Laranjeiras para o Maracanã. A lógica de proibir essa caminhada foi por questão de segurança", justificou.
Já a proibição da bebida tem como objetivo o maior controle sobre a área do jogo. "Solicitamos à prefeitura que os bares, no sábado, fossem fechados para que a gente pudesse ter o melhor controle da região, nos moldes da Copa do Mundo de 2014. A prefeitura entendeu que deveria deixar os bares funcionando somente com a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de meia-noite de sexta-feira. [É] Para que a gente possa ter o público entrando o mais cedo possível no estádio. A gente quer evitar a concentração naquela área que a gente tá controlando. Por isso nós estamos fazendo todos os 24 bloqueios a partir das 6h da manhã", explicou o coronel.