O caso está sendo investigado na Deam de Nova IguaçuRenan Areias/Agência O DIA

Rio - A adolescente de 15 anos vítima de estupro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, deve prestar um novo depoimento nesta quarta-feira (8). Até o momento, dois suspeitos, além de testemunhas, já foram ouvidos na Delegacia de Atendimento à Mulher do município. A vítima alega que a situação foi armada e que ela ficou inconsciente após ingerir bebida alcoólica, já os envolvidos negam as acusações e apontam que a relação teria sido consentida, mesmo após vídeos comprovarem o contrário.
A menina afirma ter sido vítima de um estupro coletivo e acusa dois homens, de 20 e 22 anos, pelo abuso. A Polícia Civil investiga se um menor também teria participado dos abusos. Segundo a vítima, pelo menos 2 celulares dos envolvidos foram apreendidos.
Nas redes sociais, a vítima contou o caso em detalhes, dizendo que o abuso aconteceu na casa de uma amiga, que não teria impedido o estupro, e ainda acusou os envolvidos de terem colocado algum tipo de droga em sua bebida.
"Colocaram alguma coisa na minha bebida e eu não lembro, em nenhum momento eu quis ficar com ninguém, se eu estou boa e falo que não quero ficar com você e você espera eu ficar mal pra fazer o que você fez comigo… Além de fazer isso comigo, ele não atingiu só meu corpo, atingiu meu psicológico. Meu corpo está exposto, fico constrangida porque tá todo mundo passando olhando pra mim na rua, isso é muito feio, nunca aconteceu isso comigo, nunca fui conhecida por isso, não quero ter mídia, só quero minha vida de volta", disse.
Na sexta (3), diversos vídeos da jovem foram publicados nas redes sociais. Nas imagens, ela aparece desacordada durante o ato sexual e recebendo tapas no rosto. Segundo as investigações, mais de 30 vídeos foram publicados sobre os abusos. A vítima conta ainda que após os abusos está tomando uma série de medicações para evitar doenças sexualmente transmissíveis.
Um dos rapazes apontados pela adolescente como autores do estupro também se manifestou nas redes sociais e disse que o caso foi uma 'brincadeira' que passou dos limites.
Com informações imprecisas e o vídeo editado com alguns cortes, o homem alegou que, após a suposta relação, a vítima permaneceu consciente.
"Em um dos vídeos que mostra eu no ato com ela, (o vídeo) logo em seguida corta, mas em um outro mostra ela me agarrando, me puxando, e a dona da casa entrando. Quando a dona da casa entra, eu saio constrangido e logo em seguida ela vem atrás e vai para o banheiro. Depois que eu saí do quarto, ela andou normalmente para o banheiro e eu fui embora. Os amigos dela gravaram ela bem, andando, brincando", disse.
Sobre os vídeos consciente, a vítima conta que tudo foi armado, e que as imagens foram gravadas antes dela ficar desacordada.
"Eu estava inconsciente, eles me humilharam, me agrediram e me violentaram e eles vão pagar porque a Justiça está sendo feita. Não vou editar e nem cortar o vídeo como ele fez, nada vai justificar o que eles fizeram. Foi tudo armado sim e eu nunca imaginaria que isso poderia acontecer, pelo fato de eu ser amiga de todos, eu acabo acreditando que todos são meus amigos também, mas agora eu sei que não tenho amigo, aprendi da maneira mais dolorida", desabafou.
Os envolvidos estão sendo investigados por pelo menos dois crimes: estupro de vulnerável e divulgação de imagens de estupro de vulnerável.