O autor do crime passou pela Casa De Custódia Dalton Crespo De Castro, em Campos Goytacazes Google Street View

Rio - O jovem de 18 anos que matou a colega de escola e esfaqueou o namorado dela em São João da Barra, no Norte Fluminense, na última sexta-feira (1º) teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio, Gabriel Bento deve permanecer preso "em face da gravidade em concreto dos delitos", que envolvem um homicídio qualificado consumado, um homicídio qualificado tentado e um estupro.

Durante as investigações, Gabriel confessou o crime e relatou que "sempre quis matar alguém". A vítima, uma adolescente de 17 anos, foi atraída até a casa dele com a justificativa de que ganharia um livro. Ao chegar no local, ele a levou até o quintal e a matou asfixiada. Em seguida, ele a estuprou e tentou comer parte do corpo dela.

Logo depois, ele se passou pela colega e chamou o namorado da vítima ao local. Na tentativa de matá-lo, ele o esfaqueou pelas costas, mas os dois entraram em luta corporal e o adolescente de 16 anos conseguiu escapar. Ele precisou ser levado a um hospital e já recebeu alta.

Na decisão, o juiz Victor Vasconcellos de Mattos informou que Gabriel foi indiciado pela prática, em tese, de crimes dolosos cujas penas ultrapassam 4 anos de prisão.

"No caso em apreço, entendo necessária a decretação da prisão preventiva do custodiado, para garantia da ordem pública, em face da gravidade em concreto dos delitos. Portanto, a periculosidade do custodiado, evidenciada na gravidade em concreto dos delitos, demonstra a necessidade de se acautelar o meio social, que não pode ser velado, neste momento, por nenhuma outra medida cautelar constitutiva de liberdade", diz um trecho.
A audiência de custódia foi realizada na Central da Audiência de Custódia de Campos dos Goytacazes, no último domingo (3). O resultado, no entanto, foi divulgado nesta terça-feira (5)
Motivação do crime
Em depoimento, após ser preso em flagrante, Gabriel disse que não tinha nenhum amor platônico pela vítima, mas que desde criança tinha vontade de matar pessoas.
"Ele disse que atraía crianças para casas abandonadas, mas sempre hesitava, embora tenha dito que sempre quis matar alguém. O crime não foi por violência de gênero. O suspeito disse que não gostava e nem desgostava dela, mas que ambos gostavam de livros de 'serial killer', inclusive, um livro foi apreendido na casa", explicou a delegada Madeleine Dykeman.
Madeleine contou ainda que o jovem tentou matar o namorado da adolescente para tentar esconder o crime, já que a vítima o avisou para onde iria.
"Pensando que ela podia ter avisado alguém que estava ali, o bandido pegou o telefone dela e confirmou que a vítima tinha mandando mensagem pro namorado dizendo que estava ali. Ele então se passou por ela e atraiu o namorado para o local do crime. Quando o menino vai até a casa, ele conduz o rapaz para os fundos e o esfaqueia por trás", detalhou.
Os dois brigaram e o adolescente conseguiu fugir e se esconder em um quarto. Ele começou a gritar até que a irmã do autor do crime, que estava na casa, ouviu e foi ajudá-lo.