Bruno descobriu o tumor cerebral há dois anosReprodução / Redes Sociais

Rio - Diagnosticado com um tumor cerebral em 2021, o jornalista Bruno Otto Guedes, de 40 anos, tem enfrentado uma batalha diária para conseguir um medicamento quimioterápico, que custa R$ 24 mil. Ele já foi operado, no entanto, o tumor voltou a crescer e uma nova cirurgia foi realizada. O remédio, chamado Sunitinib, é necessário para controlar a doença. Em meio a briga judicial com o plano de saúde SulAmérica, a família decidiu criar uma "vaquinha" para arrecadar a quantia necessária para duas caixas do medicamento.
Bruno, pai de um menino de  7 anos, descobriu o tumor em maio de 2021 e precisou ser operado. Após o sucesso no primeiro procedimento, o pesadelo retornou e o tumor voltou a crescer. A intervenção foi realizada mais uma vez em 20 de março deste ano. Na ocasião, os problemas com o convênio tiveram início. "Não liberaram o equipamento de neuronavegação, mas como era uma cirurgia de emergência, foi feita. Só que o hospital que o Bruno operou 'tá' cobrando a conta dos equipamentos e de todas as despesas porque o plano se recusou a pagar e a dívida de R$ 51 mil 'tá' rolando no hospital", explica a irmã do jornalista, Juliana Otto Guedes, de 37 anos.
Após a segunda cirurgia, exames comprovaram que ele precisaria utilizar o medicamento Sunitinib para controlar os efeitos colaterais das sessões de radioterapia e o crescimento do tumor. A família tentou ter acesso ao remédio através do convênio, que negou. Com isso, a questão começou a ser resolvida na Justiça. Na sentença, foi determinado que a SulAmérica teria que pagar a medicação. No entanto, de acordo com os familiares, ainda não houve a liberação.
"Ele ficou muito debilitado por causa das sessões e foram observados nos últimos exames, novos focos do tumor, que são controláveis, mas para administrar todo esse efeito, o médico receitou dois medicamentos. Entramos com o primeiro pedido para o plano, mas negaram. Depois entramos com o segundo pedido de medicamento e o plano negou novamente. A gente recorreu à Justiça. Já temos a liminar, e a cada dia que o plano não cumpre a liminar, paga uma multa diária que já 'tá' rolando", denuncia Juliana.

Na prescrição, o Sunitinib precisa ser utilizado por seis ciclos. Com isso, seriam necessárias seis caixas do medicamento, que custa R$ 24 mil. Ao todo, as despesas chegariam a R$ 144 mil.

Com a esperança de sair a liberação do medicamento após a decisão judicial, os médicos reduziram as doses de corticoide. No entanto, o quadro de Bruno começou a piorar. "Meu irmão piorou muito em relação à locomoção. A fala dele 'tá' bem arrastada também, muitas dores, sonolento... Diante desse quadro que ele vem apresentando, a gente resolveu começar essa medicação logo para não prejudicar mais a saúde dele", explica. 

Nessa corrida contra o tempo, os familiares e amigos criaram uma "vaquinha" para custear o medicamento e, assim, dar algum "conforto" para o jornalista. "Optamos pela vaquinha para poder conseguir comprar pelo menos uma caixa para começar de imediato e não perder mais tempo porque a Justiça é muito lenta. A 'vaquinha' tomou uma proporção muito grande, e graças a Deus, nos deu esperança de conseguir resolver isso porque é muito injusto a pessoa com todas essas dificuldades ter que passar por isso", ressalta a irmã. 
A meta é arrecadar R$ 48 mil, que daria para dois ciclos do medicamento. Já foram alcançados R$ 31,4 mil em doações. O Sunitinibe pode inibir o crescimento do tumor e a propagação das células cancerígenas para outros órgãos.
Atualmente, a família move dois processos judiciais contra a SulAmérica, sendo um deles pelo custeio do medicamento e o outro pelas despesas durante a segunda cirurgia do jornalista. Procurada por O DIA, a empresa não se posicionou. O espaço está aberto para manifestações.
Apaixonado pelo Vasco, Bruno, que nasceu em Petrópolis, na Região Serrana, é jornalista formado em Comunicação Social na Universidade Federal de Juiz de Fora, com foco na área esportiva. Trabalhou em veículos na cidade natal, e no Rio atuou como redator, editor de texto na Agência EFE, e como repórter no site do jornal O DIA. Ele também produziu conteúdo para o site da ESPN Brasil. Por diversas vezes, participou como comentarista na mesma emissora.