Rio - Em meio às tensões em Copacabana, diante dos recorrentes assaltos, a volta de grupos de "justiceiros" e uma violência cada vez mais crescente, as polícias Civil e Militar iniciaram, neste sábado (9), uma ação em conjunto no bairro da Zona Sul.
O intuito é combinar ações preventivas e ostensivas utilizando dados de inteligência.
"Temos feito análises da região e dos pontos onde incidem problemas. Estamos utilizando ferramentas de inteligência para mapear e fortalecer esses pontos por meio da atuação dos agentes das duas instituições", informou, através de nota, o diretor do 1º Departamento de Polícia de Área, o delegado André Neves.
André pontuou que a população pode contribuir com o trabalho das forças de segurança por meio de informações fornecidas às equipes nas ruas ou através do Disque Denúncia, e que fazer justiça com as próprias mãos não é papel da população sendo, inclusive, crime.
Representantes da área de segurança pública do Governo realizaram uma reunião, na última quinta (7), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central, para discutir esta integração entre as polícias em busca de melhorar a segurança em Copacabana, que tem sido local frequente de roubos e agressões.
Após a reunião, o secretário de Segurança Pública Victor Cesar Carvalho dos Santos destacou que os crimes cometidos na região não ficarão impunes com a integração entre as forças. Para Victor, a sociedade precisa de mais tranquilidade.
"A gente sabe que, nos últimos dias, alguns acontecimentos têm tirado a tranquilidade da população. Nós viemos aqui com o compromisso de passar à população uma sensação maior de tranquilidade. A Polícia Militar, hoje, no trabalho que ela vem fazendo diariamente de prevenir o cometimento desse tipo de crime, isso vai ser feito diariamente. E mesmo aqueles casos em que eventualmente não for possível evitar, a Polícia Civil está atuante e mostrando que esses casos não ficarão impunes. Seja por conta de agressão, seja por conta daqueles que se acham no direito de tirar do Estado o dever de fazer segurança", disse, na ocasião.
O bairro está às vésperas de receber o maior evento do ano, o Réveillon de Copacabana, um dos mais tradicionais e prestigiados do mundo. Milhões de pessoas de todo o mundo são esperadas para a grande contagem regressiva na areia. A Polícia Militar garantiu que a festa terá videomonitoramento.
No último dia 3, o empresário Marcelo Rubim Bechimol, de 62 anos, caiu desacordado, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, após ser agredido com um soco no rosto por assaltantes, que levaram seus pertences no bolso da bermuda. Na sexta-feira passada (8), a polícia prendeu um dos suspeitos do crime. Victor Hugo Oliveira Jobim, de 22 anos, foi localizado em Nova Iguaçu. Na quarta (6), um outro suspeito também foi preso e um adolescente apreendido por envolvimento nas agressões ao empresário.
O caso de Marcelo levou a criação de um grupo chamado de 'justiceiros', formado por homens que se intitulam como tais e saem pelo bairro 'à caça' de suspeitos de roubo empregando táticas agressivas. O professor de jiu-jítsu Fernando Pinduka fez uma convocação aos seus mais de 100 mil seguidores. Na publicação, ele pede também ajuda das academias e lutadores da região. "Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", escreveu.
Em um dos episódios de agressão do grupo, homens aparecem espancando um jovem na Rua Djalma Ulrich, no referido bairro, na noite da última terça-feira (5). Em um vídeo que circula nas redes sociais, gravado por um dos integrantes do bando, é possível ver pelo menos sete homens agredindo o rapaz na cabeça, nos braços e pernas com socos, chutes e até pauladas.
Ainda nesta sexta, um suspeito foi preso após assaltar um turista estrangeiro também na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 19º BPM (Copacabana) foram acionados e montaram um cerco para localizar e prender o homem. Com ele, os policiais recuperaram um telefone celular, R$ 900 e um cartão de crédito.
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