Com prisão de Zinho, Abelha e Tandera se tornam os criminosos mais procurados do Rio
Em outubro, o governador Cláudio Castro afirmou que os três estavam na mira da polícia após a série de ataques a ônibus pela Zona Oeste do Rio, em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão
Com prisão de Zinho (E), Tandera e Abelha (D) são os mais procurados pela polícia do Rio de Janeiro
- Divulgação
Com prisão de Zinho (E), Tandera e Abelha (D) são os mais procurados pela polícia do Rio de Janeiro
Divulgação
Rio - Com a prisão do miliciano Zinho, apontado como o inimigo número 1 do Estado do Rio, os criminosos Danilo Dias Lima, o Tandera, e Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha, se tornaram os mais procurados do Rio. Em outubro, o governador Cláudio Castro afirmou que os três estavam na mira da polícia após a série de ataques a ônibus pela Zona Oeste do Rio, em represália à morte do sobrinho de Zinho e segundo na hierarquia da organização, Matheus da Silva Rezende, o Faustão.
A prisão de Zinho foi negociada entre os advogados do miliciano, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O miliciano tem, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Zinho se apresentou na noite de domingo, véspera de Natal, na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
Nesta mesma semana, a deputada estadual Lucinha (PSD), foi alvo de buscas e apreensões por ser considerada 'madrinha' da milícia de Zinho, além de ter um pedido de afastamento da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Quem é Tandera
Danilo Dias é o chefe da segunda maior milícia do Rio e domina as regiões de Seropédica e Itaguaí, na Região Metropolitana, e outros pontos da Baixada, como o bairro KM-32, em Nova Iguaçu.
De acordo com a Polícia Civil, ele tem o olho de Tandera, símbolo dos Thundercats (desenho animado), tatuado no peito. E de acordo com informações obtidas pela corporação, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele. O criminoso é conhecido por seu comportamento extremamente violento. Ele faz questão de estar à frente de invasões em áreas dominadas por quadrilhas rivais, anda sempre com um fuzil e na companhia de diversos seguranças.
Ele integrava a maior milícia do Rio, quando rompeu com Wellington da Silva Braga, o Ecko, que então chefiava o grupo paramilitar. Em 2021, após a morte de Ecko, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, herdou a quadrilha e manteve Tandera como inimigo.
Em agosto do ano passado, a polícia apreendeu 19 fuzis que pertenceriam à milícia de Tandera e apreendeu um carro-forte usado pelos milicianos para intimidar desafetos e para proteger criminosos durante confrontos com rivais.
O Gaeco ofereceu denúncia contra 17 integrantes da quadrilha, dentre os quais estão Tandera e dois políticos.
Ao longo das investigações foi possível apurar que a organização criminosa vem, por meio da prática de atos violentos e da imposição do terror, afirmando sua dominância sobre moradores e comerciantes das regiões por eles dominadas. Nas contas de armazenamento cujos sigilos foram quebrados, foram identificados vídeos com cenas de episódios de tortura e execuções sumárias, praticadas de forma cruel. A organização também conta com uma estrutura hierárquica bem delineada, com divisão de funções e tarefas entre seus integrantes. Nos últimos anos a associação criminosa passou a atuar de forma ainda mais complexa, buscando expandir seus negócios espúrios por meio da infiltração no poder público.
Quem é Abelha
Já o Abelha é o único traficante do trio e é um dos integrante do conselho do Comando Vermelho. Em 2021, ele saiu da prisão pela porta da frente, de forma irregular, pois ainda tinha um mandado de prisão em aberto. Abelha já teria sido favorecido em 2020, quando mesmo com mandado expedido por ser mandante da invasão do Complexo de São Carlos naquele ano, o criminoso seguiu no regime semiaberto.
Abelha se refugiou no Complexo da Penha, na Zona Norte. E de lá, coordenou mudanças nas chefias das comunidades que não aderiram ao estilo de sua gestão: somente traficar e não roubar. A estratégia seria uma forma de não chamar a atenção da polícia para comunidades da quadrilha.
Teria sido Abelha quem influenciou a troca de comando na favela do Vidigal, na Zona Sul. Nela, Nerversino Garcia e outros dois traficantes foram mortos após autorizarem roubos de joias e residências. Também teria partido de Abelha a troca de comando em Manguinhos, com a retirada da liderança de Alexander de Jesus, o Choque, o qual impôs práticas de milícia aos moradores.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.