Rio - Um intenso tiroteio em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, deixou um policial militar morto, afetou a circulação de trens e fechou 11 estações do ramal Saracuruna, nesta quarta-feira (27). De acordo com a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), disparos são ouvidos na região desde às 4h50, e há uma operação de equipes do 16º BPM (Olaria) e do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) no local. Durante a troca de tiros, outros dois PMs foram baleados, três suspeitos morreram e dois foram presos.
Por volta das 7h10, um policial militar foi levado em estado grave para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, após ser baleado na cabeça, mas não resistiu aos ferimentos. Pouco depois, outro PM foi encaminhado para o local, ferido em uma das nádegas durante um patrulhamento na Rua Bulhões Marcial, passou por cirurgia e não corre risco de morte. Mais cedo, por volta das 5h, uma equipe foi atacada por criminosos armados na Rua dos Democráticos e um agente acabou atingido de raspão. Ele foi socorrido e já recebeu alta.
Além de Vigário Geral, a operação aconteceu nas comunidades de Parada de Lucas, Cinco Bocas, Pica-Pau e Cidade Alta, no Complexo de Israel, com apoio de uma ambulância do Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar) e do Núcleo de Operações Especiais (NAOE). Já os Batalhões de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), de Rondas e Controle de Multidão (Recom) e o Regimento de Polícia Montada (RPMont) atuaram em pontos da Avenida Brasil, nos dois sentidos. A ação teve o objetivo de reprimir roubos de cargas e veículos e verificar denúncias sobre uma possível reunião de criminosos locais.
Equipes do Batalhão de Operações Policiais (Bope) que também atuaram na operação apreenderam quatro fuzis, após uma troca de tiros com criminosos, em Vigário Geral. Os suspeitos acabaram sendo baleados e encaminhados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Três deles já chegaram sem vida à unidade de saúde, dentro de um veículo blindado da corporação, e outros dois homens foram levados sob custódia com escoriações. Após alta médica, militares conduziram a dupla à 38ª DP (Brás de Pina).
Em Parada de Lucas, o Núcleo de Operações Especiais atuou na remoção de barricadas. Uma das barreiras removidas pelas equipes, um trilho de trem com aproximadamente 1,5 metro de profundidade era utilizado por criminosos para dificultar o acesso dos policiais à comunidade.
#NAOE remove barricadas em Parada de Lucas. Uma das barreiras físicas, um trilho de trem, tinha aproximadamente 1,5 m de profundidade e era usado por criminosos para dificultar o acesso das Forças de Segurança às comunidades da Zona Norte. pic.twitter.com/48Gdq1DRqo
Segundo relatos, um tiro teria atingido um trem e imagens que circulam nas redes sociais mostram passageiros deitados no chão para se proteger dos disparos. A Polícia Militar informou que uma composição apresentou problemas mecânicos, impossibilitando o deslocamento, e os passageiros precisaram desembarcar nas estações de Vigário Geral e Parada de Lucas. Por conta do confronto, o ramal Saracuruna ficou com 11 estações fechadas e os trens circularam apenas entre a Central do Brasil e a Penha, ao longo de toda a manhã.
De acordo com a SuperVia, por volta das 12h, as estações do ramal foram reabertas. No trecho entre a Central do Brasil e Gramacho, o intervalo médio é de 50 minutos e os passageiros precisam realizar a troca de composição na estação Penha para seguir até os terminais. Já entre Gramacho e Saracuruna, os trens circulam de acordo com a programação para o horário. "Nossos técnicos seguem atuando para normalizar a circulação do ramal o mais breve possível", informou a concessionária.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) informou que as Clínicas da Família Heitor dos Prazeres e Joãozinho Trinta, além dos Centros Municipais de Saúde José Breves dos Santos e Iraci Lopes acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interromperam o funcionamento na manhã desta quarta-feira.
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