Amigos e familiares se despedem do Quinho do Salgueiro no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, nesta sexta-feiraMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - O corpo do intérprete Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro, de 66 anos, considerado uma das maiores vozes do Carnaval do Rio, foi sepultado, no início da tarde desta sexta-feira (5), no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte. O cantor morreu na última quarta-feira após lutar contra um câncer de próstata.

Amigos do samba que conviveram com Quinho estiveram presentes na despedida. Neguinho da Beija-Flor foi um dos que compareceram ao velório. O cantor Xande de Pilares também prestou condolências aos familiares, assim como o músico Andrezinho, do Grupo Molejo. Cerca de 100 pessoas, entre fãs, amigos, membros do Salgueiro e familiares compareceram ao sepultamento.


Quinho era conhecido por sustentar vários gritos de guerra carnavalescos, que se tornaram sua marca registada, como "Arrepia, Salgueiro!", "Ai, que lindo", "Pimba, pimba" e "Vai pegar fogo no gongá". A morte de Quinho foi lamentada, na última quarta-feira, pelo perfil oficial da Acadêmicos do Salgueiro no Instagram. 

"Hoje o Salgueiro Chora! Com profunda emoção e um nó na garganta, comunicamos o doloroso adeus a Melquisedeque Marins Marques, nosso Quinho do Salgueiro, um gigante cuja ligação com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro transcendeu os limites da música e do carnaval. Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro", compartilhou a agremiação.

Trajetória

Quinho começou no Carnaval no Bloco Boi da Freguesia e, em 1988, foi chamado para participar do carro de som de Aroldo Melodia, na União da Ilha do Governador, onde ficou até 1990. Em 1991, Quinho foi para o Salgueiro e começou a se destacar em 1993, com o samba "Peguei um ita no Norte". Em 1994, ele voltou para a União da Ilha.

Em sua carreira, o intérprete passou por agremiações como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz. Em São Paulo, esteve na Rosas de Ouro, e em Porto Alegre, na Vila do IAPI. No entanto, sua maior conexão sempre foi com o Salgueiro.
Em 2009, Quinho levou a vermelho e branco da Tijuca à vitória com "Tambor", seu nono e último título. Ele passou mais um tempo afastado da escola e retornou ao Salgueiro em 2019, passando a dividir o carro de som com Emerson Dias.