Mulher diz que enteado foi confundido com Edson Davi, de 6 anos, desaparecido na Barra da TijucaReprodução

Rio - O menino que aparece na foto ao lado de um casal e uma criança em uma lanchonete da rede McDonald's, na Avenida Ayrton Serra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, não é Edson Davi Silva, de 6 anos, desaparecido desde a quinta-feira (4). O casal foi à 43ª DP (Guaratiba), na tarde deste sábado (6), esclarecer que a criança foi confundida com Edson Davi. Em um vídeo, publicado nas redes sociais, a mulher diz que o menino, que tem características semelhantes com a criança desaparecida, é seu enteado, filho do seu marido.
"Estamos aqui na delegacia para esclarecer tudo, que meu enteado não é a criança que está sumida", disse a mulher na frente da delegacia na Zona Oeste. No início da tarde de sábado (6), ao receber a foto, Edson Araújo, pai do menino, afirmou que se tratava do filho. Na areia da Praia da Barra da Tijuca, a mãe da criança, Marize Araújo, chegou a comemorar a notícia, que pouco depois foi desmentida. 
Os pais, que fazem buscas desde quinta-feira (4), foram à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) analisar, junto com os investigadores da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), as imagens do circuito interno do McDonald's. No entanto, diante dos esclarecimentos do casal que aparece com as duas crianças, as investigações continuam pelas ruas e também pelo mar.
Em nota, a DDPA informou que "analisa imagens e realiza buscas para localizar o menino e esclarecer os fatos". Até o momento, a Civil trabalha com pelo menos duas hipóteses. A primeira é a de sequestro e a segunda é que o menino pode ter entrado no mar da Praia da Barra e se afogado. Equipes do Corpo de Bombeiros fazem buscas na região.
Origem do boato
O entregador Antônio Celso de Souza gravou um vídeo de um menino com uma família no restaurante, após achá-lo parecido com Edson Davi. "Eu estava esperando um pedido no local e gravei um vídeo para mostrar à minha namorada, porque achei o menino parecido com ele. Mandei para a minha namorada, ela também achou parecido e me disse para ligar para a polícia e avisá-los. Não vi nenhuma viatura por perto para avisar. Quando peguei o pedido, avisei à gerente que o garoto se parecia muito com ele (Edson Davi) e pedi que ela ligasse para a polícia. Os funcionários viram que era um casal e pegaram a placa do carro deles. Era um homem grisalho, aparentando 40 anos, e uma mulher de cabelo preto e curto. Eles estavam com outro menino também", disse.
"Quando mandei o vídeo para minha namorada, ela comunicou à família. Acho que eles devem ter percebido a movimentação e foram embora. Acredito que a polícia está fazendo a perícia (no restaurante)", acrescentou.
Buscas continuam
Os familiares não acreditam que ele tenha entrado no mar, mas que foi sequestrado pelo estrangeiro com quem brincava antes de sumir. A mãe organiza uma manifestação na praia, neste domingo (7), às 9h. Em imagens obtidas pela Polícia Civil, o menino aparece andando sozinho por um trecho no calçadão da praia, de cerca de 100 metros, no dia de seu desaparecimento. Posteriormente, a criança conversa com um homem e volta para a areia. A gravação é de uma câmera de um quiosque próximo à barraca dos pais de Édson Davi. Horas depois, parentes aparecem no estabelecimento o procurando.
Em depoimento à DDPA, um funcionário que trabalha na barraca dos pais relatou que presenciou o suposto estrangeiro brincando de futebol com a criança e descreveu as características dele. Samuel Barbosa Tenório disse que o homem aparentava 40 anos e tem cabelos grisalhos e que conseguiria reconhecer o suspeito do possível sequestro. Mas, as informações não foram suficientes para os investigadores fazerem um retrato falado.
Um vídeo curto gravado pelo celular do pai mostra Édson Davi momentos antes de desaparecer, usando uma camisa de manga térmica, na cor preta. Ele também vestia uma bermuda preta e estava descalço. O Programa Desaparecidos divulgou um cartaz onde busca informações sobre o paradeiro da criança.
O Disque Denúncia recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.