Cintia Barboza fez relato de abordagem no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo Reprodução/ Instagram

Rio - A rainha de bateria da escola de samba Acadêmicos de Realengo, Cíntia Barboza, fez um desabafo em suas redes sociais, no qual se disse humilhada e prejudicada por conta de uma abordagem feita pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na quinta-feira passada (4).

Cíntia perdeu o voo para Benin, na África, onde iria se apresentar, depois de ser abordada e ter de ir até um hospital para realizar uma tomografia. Ela foi impedida de embarcar por suspeita de transportar drogas.
O grupo foi conduzido ao Hospital Geral em Guarulhos para inspeção corporal no aparelho body scan. Três passageiros efetivamente possuíam cápsulas com drogas no sistema digestivo e foram presos em flagrante. Após a realização da inspeção, Cintia foi liberada. 
"Fui impedida de seguir a viagem pela PF de Guarulhos, juntamente com cinco negros, depois de anos de viagens. Me fizeram perder o voo, depois de toda abordagem, me prometeram uma viagem seguinte na outra madrugada, a qual não tinha mais vaga", relatou.
A artista, que também é professora de educação física, afirma ter passado 24h no aeroporto sem nenhum tipo de ajuda.
A Polícia Federal afirmou que repudia e combate todo tipo de tratamento discriminatório e vai apurar eventuais abusos ou falhas na condução do procedimento. A PF informou que militares que atuam na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, apresentaram na Delegacia da PF, seis passageiros do voo ET507 com destino à Etiópia, suspeitos de transportarem entorpecentes dentro do próprio corpo. Entre os passageiros estava Cintia Francisco Barboza.

"A PF repudia e combate todo tipo de tratamento discriminatório, referente à etnia, raça, gênero, idade, nacionalidade, orientação sexual, condição social ou religião", diz em nota.

A Acadêmicos de Realengo considerou a abordagem racista. "A Acadêmicos de Realengo vem por meio desta repudiar a ação e o racismo sofrido por nossa rainha de bateria no Aeroporto de Guarulhos por parte da Polícia Federal. Nossa escola não tolera e jamais apoiará qualquer tipo de preconceito, racismo, homofobia e qualquer intolerância contra o ser humano", diz a nota divulgada.