No contrato, o valor do serviço para residência é de R$ 500 e para condomínios um salário mínimo (R$ 1.412 mil) Reprodução / Redes sociais

Rio - A Polícia Militar abriu, nesta quarta-feira (17), um inquérito para apurar a conduta do policial que teria enviado mensagens para moradores do Jardim Botânico, na Zona Sul, oferecendo segurança privada. Segundo a corporação, o agente já foi identificado e pode ser "punido com rigor", caso a história seja confirmada. 
Nesta terça-feira (16), o prefeito Eduardo Paes usou o seu perfil no X (antigo Twitter) para dizer que foi procurado por moradores do Jardim Botânico, que relataram terem sido abordados por dois homens interessados em fazer a segurança de um prédio do bairro. No contrato, o valor do serviço para residência seria de R$ 500 e para condomínios o preço seria de um salário mínimo: R$ 1.412 mil.
Segundo Paes, os moradores não aceitaram o serviço e ficaram assustados com a oferta. Um dos homens, que enviou mensagem aos possíveis clientes, se apresentou como suboficial da Polícia Militar. De acordo com a oferta, a empresa que seria responsável pela segurança trabalha para restaurantes, é legalizada com endereço fixo e CNPJ, e emite nota fiscal eletrônica. O fato chamou a atenção do prefeito, que enviou o caso ao secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
Em nota, a PM informou que instaurou um procedimento apuratório para o caso. Além disso, a corporação afirmou que "não compactua e nem tolera quaisquer desvios de conduta, cometimento de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus entes". 
Procurada, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) disse que o delegado Brenno Carnevale recebeu do prefeito as denúncias e acionou o setor de inteligência da Seop para consolidar as informações. 
"Nós recebemos uma denúncia dando conta de que estaria sendo feito a cobrança indevida para prestação de serviço de segurança particular por parte de um agente público em ruas da Zona Sul. Consolidamos essas informações, o setor de inteligência da Seop obteve novos dados, e encaminhamos essas informações aos órgãos competentes - Polícia Civil e Ministério Público - para investigar, corregedoria da PM… Assim como aconteceu no episódio de cobrança indevida por traficantes para continuidade de obras públicas, a gente espera que esteja contribuindo para que esse tipo de ilegalidade não aconteça. Toda vez que recebermos informações como essa, vamos consolidar e encaminhar aos órgãos competentes", disse Carnevale.