No dia de São Sebastião será realizada procissão às 16h na Igreja dos CapuchinhosDivulgação/ Basílica de São Sebastião
Na Basílica de São Sebastião, na Tijuca, Zona Norte, também conhecida como Igreja dos Capuchinhos, a programação começa às 5h, com confissões e a primeira das 15 missas do dia, além da tradicional procissão até a Catedral Metropolitana, com saída prevista para as 16h e passagem pelas principais ruas do Centro. A missa das 9h será celebrada pelo cardeal Dom Orani Tempesta.
A festa terá a venda de garrafas com água mineral. Caso os fiéis desejem levar água benta para casa, basta que se dirijam aos frades capuchinhos para a benção. Barracas oferecerão lanches e também artigos religiosos na área externa. A imagem do santo será exposta para contemplação, orações, pedidos e agradecimentos.
"A festa de São Sebastião evoca toda uma história. Em 1567 houve uma das batalhas, da Baía de Guanabara, quando fora invocada a presença espiritual de São Sebastião. Foi construída, no antigo Morro do Castelo, a primeira catedral dedicada ao santo. A história aqui no Santuário Basílica é uma continuidade de todas as origens ligadas à ação de São Sebastião", disse.
O santo, acrescentou, tem importância histórica e referencial para a cidade do Rio de Janeiro. "Ele está nesse imaginário de fé, do jeito de ser do carioca: expressivo, alegre, que expressa sua arte, riqueza e espiritualidade. A gente vem buscar o encontro com Jesus, sobretudo nos momentos tão difíceis que vivemos", finalizou.
A preparação para a grande festa na Igreja Católica começou no dia 7 de janeiro, quando a imagem do padroeiro começou a percorrer, por treze dias, diversas regiões da cidade: visitou rádios, igrejas, favelas, casa geriátrica, bombeiros, polícias, prefeitura, hospitais, Degase, Inca, barcas, Mercadão de Madureira, Palácio Guanabara, Detran e TVs.
"São Sebastião, além da parte católica, também é cantado em prosa e verso no Rio de Janeiro. Faz parte da nossa cultura e da nossa vida. Para nós, cristãos, é um grande homem de Deus que viveu a fé em tempos hostis", afirmou o cardeal. Dom Orani lembrou que o tema deste ano para os festejos é "A oração é a fortaleza de São Sebastião".
Para aqueles que forem ao Santuário Basílica de carro, a igreja recomenda o estacionamento na Rua Alberto de Sequeira, 29, que dá acesso direto ao templo na Rua Haddock Lobo, 266, próximo à estação de metrô Afonso Pena.
O Paraíso do Tuiuti, em São Cristóvão, vai homenagear o padroeiro da escola neste sábado com um cozido na quadra no Campo de São Cristóvão, 33, Zona Norte do Rio. A entrada, de R$ 20, inclui o cozido liberado a partir das 14h. Todos os segmentos da azul e amarelo de São Cristóvão vão se apresentar, além da União da Ilha do Governador, Chacal do Sax e Marquinhos Sensação. Na abertura da festa, haverá celebração de uma missa para o santo padroeiro da agremiação.
Sincretismo com Oxóssi
Mãe Mônica de Oyá, dirigente da Casa Espírita Irmãos de Caridade, conhecida como Grupo Irca, em Piedade, na Zona Norte, entende que a data é totalmente representativa para sua casa de umbanda. São Sebastião foi sincretizado em Oxóssi no Rio de Janeiro, já na Bahia o sincretismo do orixá caçador é com São Jorge.
"O sincretismo é forma de resistência. Toda religião afro é pautada em resistência porque foi e continua sendo açoitada. O sincretismo traz uma força. Oxóssi é caçador. Aquele que busca a mudança. Caça somente o necessário. Oxóssi é fartura de vida, não só de dinheiro. Se você está integrado com a natureza nada te falta", afirma a mãe de santo. No dia 20 de janeiro, Mãe Monica vai realizar um ritual fechado de lavagem da cabeça dos médiuns com ervas. No dia 22, haverá ritual aberto ao público.
Pai Celinho de Obaluaê, do Ilé À balúwáiyé Jagun, no bairro Centenário em Caxias, explica que sua casa provém do Terreiro do Gantois, na Bahia, onde Oxóssi é sincretizado com São Jorge e, por isso, em sua casa de Candomblé de Keto, Oxóssi é celebrado no feriado de Corpus Christi. No dia 20 de janeiro, há uma reverência aos caboclos, acrescenta o Pai Celinho.
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