Consulta pública mostrou que oito em cada dez pessoas são favoráveis à proibiçãoDivulgação / SME

Rio - Após um mês de consulta pública, a Secretaria Municipal de Educação (SME) revelou, nesta terça-feira (23), que oito em cada dez cariocas são a favor da proibição do uso de celulares nas escolas da rede. Segundo a Prefeitura do Rio, dentre as 10 mil respostas, 83% são favoráveis e 6% contrárias.
Em agosto do ano passado, foi publicado um decreto proibindo o uso dos aparelhos dentro das salas de aula. Já em dezembro, a consulta foi lançada com o objetivo de estender a medida e banir os celulares de todos os ambientes escolares.
De acordo com a SME, a medida pelo banimento leva em consideração diversos estudos. O mais recente foi o do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que é realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Considerada a maior avaliação mundial de estudantes, a pesquisa revelou que 65% dos alunos relataram serem distraídos pelos dispositivos digitais, em pelo menos alguma aula de matemática. Além disso, 45% dos alunos afirmaram sentir-se nervosos ou ansiosos quando seus telefones não estão por perto.

O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, comentou sobre o resultado. "Professores, famílias e a sociedade têm cada vez mais consciência do uso excessivo do celular e das redes sociais. Não se trata de ser contra a tecnologia, mas de utilizá-la de forma consciente e responsável. Queremos preservar a principal vocação da escola: lugar de aprendizagem e de convívio social. Sem celular, sobra tempo para aprender e conviver na escola, que são dois aspectos fundamentais para o desenvolvimento da criança", afirmou.
A pasta ainda informou que, caso a proibição seja decretada, ainda existirá algumas exceções. "O uso do celular e demais dispositivos eletrônicos, com finalidade pedagógica, continuará sendo permitido aos alunos quando autorizado, orientado e supervisionado pelo professor. Também será permitido o uso aos estudantes com deficiência ou com problemas de saúde, que necessitam destes dispositivos para monitoramento ou auxílio de sua necessidade".

Segundo a prefeitura, o próximo passo da SME é analisar todas as contribuições recebidas, consolidar os dados e estudar as novas medidas a serem tomadas.