Consulta pública será realizada até o dia 10 de janeiro do ano que vemGuilherme Oliveira/Prefeitura do Rio

Rio - A Secretaria Municipal de Educação do Rio iniciou, nesta segunda-feira (11), uma consulta pública sobre a proibição total de telefones celulares nas escolas municipais. A mudança proposta pela pasta prevê restrição total do uso durante todo o horário escolar. Os interessados em participar da consulta pública devem acessar o site até o dia 10 de janeiro do ano que vem.

Atualmente, os alunos podem usar os aparelhos durante o intervalo ou em alguma atividade escolar específica proposta por professores. A medida, que permite o uso de celulares como ferramenta de ensino, é válida desde agosto deste ano em todas as escolas municipais do Rio.

“Vivemos hoje uma epidemia de distrações, inclusive de crianças, e o fator principal disso é o uso excessivo e ilimitado do celular e das redes sociais. Nós estamos muito preocupados com isso. Não se trata de ser contra a tecnologia, mas de utilizá-la de forma consciente e responsável. Queremos estabelecer limites visando alcançar uma relação saudável dos alunos com os celulares, os quais quando utilizados de maneira irrestrita, sem limites, são comprovadamente prejudiciais às crianças. Sem celular, sobra tempo para aprender e conviver na escola, dois aspectos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer criança", afirma o Secretário Municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.

Em todo o estado, algumas instituições privadas já proibiram totalmente o uso de aparelhos celulares durante o horário letivo, com objetivo de melhorar a concentração e aprendizagem dos alunos.

De acordo com Ferreirinha, a decisão também se baseou no dado em que diz que o Brasil está entre os três países que mais usam redes sociais no mundo.

"Essa posição nos coloca no centro de um debate mundial e é nossa obrigação adotar medidas concretas para enfrentar este problema. Da mesma forma que uma família estabelece limites em casa para a boa educação dos seus filhos, na escola não deve ser diferente", destacou.
Para o consultor voluntário desta ação, o pediatra Daniel Becker, “essa medida, de fato, coloca a cidade do Rio de Janeiro na vanguarda de uma discussão que está sendo adotada pelos países mais avançados em educação”. E ainda acrescenta: “Eu tenho certeza de que o movimento que está começando pelo Rio vai se espalhar pelo Brasil e nós vamos ser liderança mundial.” Becker afirma que “a consulta pública vai trazer uma contribuição muito importante das famílias e principalmente dos educadores, que vivem esse problema no seu dia a dia”.
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