Caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)Arquivo / Renan Areias / Agência O Dia
Atendente acusa major da PM de chamá-la de 'mucama'
Vítima, de 33 anos, trabalha em uma lanchonete de uma academia no Recreio dos Bandeirantes
Rio - Uma atendente de uma lanchonete localizada dentro de uma academia no Recreio, na Zona Oeste do Rio, registrou queixa contra uma major da PM, na sexta-feira passada (8), pelo crime de racismo. A agente teria chamado a mulher de "mucama", uma expressão que se refere ao período da escravidão.
De acordo com a denúncia, a vítima, de 33 anos, estava trabalhando quando a major da PM chegou junto com uma amiga e pediu um café e um capuccino. Ao se direcionar à funcionária, a acusada a teria chamado de "mucama" mais de uma vez e reclamado da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
A palavra "mucama" se refere a mulheres negras escravizadas que eram obrigadas a fazer serviços caseiros para pessoas brancas, além de passear e amamentar os filhos de seus patrões.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) como Preconceito de Raça, Cor, Etnia, Religião ou Procedência Nacional. Segundo a Polícia Civil, a investigação está em andamento.
Também procurada, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação abriu um procedimento para verificar o caso.
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