Rio - Um grupo de 35 empresários do Carnaval realiza um protesto em frente à sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, na tarde desta terça-feira 23), contra o atraso de pagamentos da Riotur a prestadores de serviço. Segundo a defesa dos fornecedores, a empresa pública deve R$ 3,2 milhões por serviços prestados durante os desfiles das séries Prata e Bronze no carnaval de 2023.
"A Riotur fez o Carnaval 2023 da Intendente com dinheiro dos trabalhadores e fornecedores" e "Riotur, nossas famílias estão passando necessidade! Paguem o que temos direito", são algumas das mensagens escritas em cartazes expostos pelos manifestantes na porta da prefeitura. Ao todo, cerca cerca de 50 pessoas participam do ato.
"Já faz um ano, completando agora um ano. A Riotur diz que não vai pagar. Já fechou as portas. Aconteceram diversas reuniões com o presidente Ronnie, mas agora eles colocaram seguranças na porta e disseram que não vão pagar", comentou o advogado Marcell Nascimento.
As empresas foram responsáveis pela montagem de toda a estrutura usada na festa de carnaval do subúrbio carioca, que aconteceu na Nova Intendente Magalhães, em 2023. Entre os serviços prestados, os credores mencionam a montagem de arquibancadas, iluminação, som, segurança, limpeza e também de banheiros químicos.
"Eles alegam que a responsabilidade é da SuperLiga, que é equivalente a Liesa do Grupo Especial, mas o Carnaval do Rio é todo organizado e planejado pela prefeitura, por intermédio da Riotur. Então, quem tem que fazer esse pagamento é a Riotur. No fim, os prejudicados são as empresas que prestaram serviço e estão sem receber", explicou o advogado.
Um desses fornecedores alega que investiu cerca de R$ 400 mil para prestar o serviço solicitado durante o último carnaval, nos desfiles das séries Prata e Bronze, na Zona Norte.
"Queremos receber o dinheiro. Estamos sendo injustiçados. É uma covardia com nós, fornecedores e colaboradores, que fizemos a festa acontecer. A Riotur nada resolve. Ela é a responsável pela agenda oficial da festa, mas ninguém se mexe", relatou um dos empresários, que preferiu não se identificar.
A RioTur afirma que não tem relação com a dívida e que a Superliga solicitou formalmente autorização para assumir a produção e organização do desfile na Independente Magalhães em ofício enviado em 15 de dezembro de 2022. A empresa também diz que no Carnaval de 2023, a prefeitura manteve o repasse de incentivo cultural de apoio direto às escolas da Série Prata e Bronze.
Em nota, a Superliga afirmou que no Carnaval de 2023, houve um atraso na licitação da infraestrutura da pista da Intendente Magalhães, e por isso, ela foi entregue à iniciativa privada. No entanto, a empresa não honrou o valor acordado. A associação diz que cabe a ela somente a organização dos desfiles e não existe documento assinado que a obrigue a administrar a estrutura do Carnaval, que sempre foi responsabilidade da RioTur.
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