Rio - O Casarão do Firmo, na Lapa, Centro do Rio, vai retomar as atividades nesta sexta-feira (2), após o episódio de agressões sofridas por três mulheres, duas delas transsexuais, na saída de um evento no último dia 19. O estabelecimento informou que está com novos protocolos de segurança e a nova empresa de apoio e controle de acesso também dará início às suas operações.
Ao DIA, o delegado Bruno Ciniello, titular da 5ª DP (Mem de Sá), informou que as autorizações de funcionamento do local foram requisitadas. No entanto, ainda não foram enviadas. Disse, ainda, que diligências estão sendo realizadas, mas que o caso está "bem adiantado". Segundo o espaço, os seguranças envolvidos no acontecimento ficarão afastados até o fim das investigações.
Inicialmente, o Casarão tratou o caso como um boato e "fake news" e afirmou que os seguranças não se envolveram no espancamento. Uma imagem, no entanto, mostra homens uniformizados de preto dando chutes e pisões nas mulheres caídas. Ao todo, 11 seguranças do espaço de samba foram intimados a depor.
Em nota, o local informou que toda a equipe do Casarão está passando por um treinamento abrangente, assegurando que "estejamos prontos para lidar com questões de diversidade de gênero, LGBTQIAP+, étnico-racial e de pessoas com deficiência no curto e médio prazo", disse. Uma consultoria especializada em auditoria também foi contratada.
A confusão teve início na saída do show, quando uma das mulheres foi empurrada por homem em uma fila e o empurrou de volta. Nesse momento, as três, que estavam com outra amiga, foram levadas para fora à força por seguranças. "Arrastaram a gente como se a gente fosse sacos de lixo, a gente tinha acabado de ter uma noite extremamente divertida, a gente não entendeu o porquê de toda aquela injustiça", disse uma das vítimas que preferiu não se identificar.
Quando tentaram embarcar no carro de aplicativo que haviam pedido para ir embora, o motorista teria se recusado a levá-las, por estarem envolvidas na briga. Conforme o relato de uma das vítimas, o motorista, posteriormente, passou a filmar a confusão. Uma das mulheres, então, agrediu o homem, que, junto com os seguranças e vendedores ambulantes, teriam passado a incitar a violência contra o trio e as chamaram de "vagabundas".
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