Vaneza Lobão, de 31 anos, monitorava milicianos em seu trabalho na Polícia MilitarReprodução

Rio - Dois policiais militares foram presos, na manhã desta quarta-feira (7), por suspeita de envolvimento na morte da agente Vaneza Lobão, de 31 anos, em novembro do ano passado, na porta de casa, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
Os PMs são lotados no 27º BPM (Santa Cruz) e no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) e foram presos em uma ação da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária (DPJM), órgão ligado à Corregedoria-Geral da PM, com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes cumpriram mandados de prisão temporária contra a dupla e mandados de busca e apreensão.
Segundo as investigações, os policiais realizaram diversas pesquisas sobre Vaneza nos bancos de dados oficiais da corporação com o objetivo de monitorar a agente e colher informações sobre sua rotina e seu endereço.
Por meio de nota, a PM informa que não compactua com o cometimento de crimes ou desvios de conduta por parte de seus agentes, punindo com rigor os envolvidos quando os fatos são constatados. A corporação ressaltou que o inquérito policial militar instaurado na época do crime segue em curso e disse que, através de sua área correcional, segue colaborando integralmente com a continuidade das investigações.
Vaneza era lotada na 8ª (DPJM). Ela trabalhava em um setor dedicado ao monitoramento de grupos de milicianos e contraventores, com o objetivo de elaborar relatórios a respeito dessas organizações criminosas que atuam principalmente na Zona Oeste do Rio.
Outros dois suspeitos já haviam sido presos no mesmo mês do crime. Um homem foi preso horas depois do assassinato em Santa Cruz em uma ação que buscava envolvidos no crime. Dias depois, o miliciano Deividi  William Goés Gonçalves, conhecido como 'Gordinho', foi detido. Ele foi encontrado em Cosmos, também na Zona Oeste, e foi apontado como integrante da milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho.
Relembre o caso
A cabo Vaneza Lobão morreu na porta de casa, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, no fim da noite do dia 24 de novembro de 2023. O crime aconteceu na Rua Passo da Pátria, quando a policial, que estava de folga, teve seu carro atacado por bandidos encapuzados armados com fuzis.
Na época, a PM informou que os autores dos disparos que mataram a policial estavam em um carro preto e fugiram logo na sequência. A corporação destacou que o grupo, inclusive, já aguardava por Vaneza na porta da sua residência quando ela saía em seu carro.
A policial foi sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, também na Zona Oeste. Durante a cerimônia, o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, afirmou que o combate e a repressão contra a milícia e o tráfico iria aumentar devido ao assassinato.
"A morte de qualquer policial militar já é uma agressão ao Estado, uma agressão à instituição. Por ela trabalhar na área se torna mais inaceitável ainda. É uma agressão ao estado de direito, uma covardia. A gente vai investigar, apurar e vamos prender quem fez isso. [A morte] vai aumentar o nosso combate e a nossa repressão tanto sobre a milícia quanto sobre o tráfico, que para a gente não tem diferença. São bandidos, marginais da lei. Vamos aumentar o combate como estamos fazendo diariamente no nosso estado. Vamos continuar trabalhando da mesma forma agora com mais intensidade agora com um novo objetivo que é prender quem matou e quem mandou matar nossa policial militar", disse.