Bloco "Ouviu um NÃO? Respeite a decisão" desfilou na Intendente MagalhãesEliane Carvalho

Rio - Além dos desfiles das escolas de samba da Série Prata, nesta sexta-feira (16), a Avenida Intendente Magalhães, em Campinho, na Zona Norte, recebeu um bloco em campanha de combate à violência contra a mulher.
A ação 'Ouviu um NÃO? Respeite a decisão' levou a mensagem contra o assédio e importunação sexual através de diversas placas, banners, da presença do personagem Cancelado, um emoji de X, e de brindes distribuídos ao público.
A iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) foi aderida em 2024 pela Superliga Carnavalesca, que produz e organiza os desfiles das escolas de samba na Intendente Magalhães.
'Estamos repetindo o sucesso do nosso slogan da campanha do ano anterior, mas com um novo olhar, agora voltado para o público masculino, porque assédio e importunação são crimes. O lema é tolerância zero com a violência contra a mulher', disse a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
De acordo com a pasta, além da ação desta sexta (17), a Superliga também aderiu ao protocolo da SEM-RJ para garantir mais segurança às mulheres em grandes eventos e é a primeira liga de Carnaval a receber o selo Mulher + Segura, que certifica e promove os eventos culturais, turísticos, artísticos, públicos ou privados, além de bares, restaurantes e casas de shows que adotam medidas de segurança e o empoderamento das mulheres.
Agora, alguns integrantes da liga, que pertencem as agremiações da Série Prata, Série Bronze e Grupo de Avaliação vão receber um treinamento com instruções sobre como agir em possíveis situações de assédio e importunação às mulheres.
A ação inclui diversas recomendações, como o uso de iluminação adequada em estacionamentos e banheiros, a divulgação de canais de ajuda para mulheres em emergência, e dicas de como os seguranças devem abordar e agir em casos de agressões e importunação.
Confira os principais pontos do protocolo 'Ouviu um NÃO? Respeite a decisão', que deve ser aplicado em situações de violência contra mulher, associadas a crimes sexuais ou violência doméstica e familiar.
1. Conscientização
Estar ciente dos desafios enfrentados pelas mulheres em eventos e da importância do atendimento diferenciado.
2. Atendimento pleno de atenção
A equipe deve priorizar o atendimento imediato, total atenção à vítima, demonstrando disponibilidade para ouvir, empatia e compreensão, sem julgamento ou preconceito.
3. Escuta ativa
Demonstre interesse genuíno pelo relato da mulher.
4. Respeito às decisões da mulher
Nunca force a vítima a fazer algo que ela não queira, como registrar uma ocorrência policial ou buscar atendimento médico. Ofereça informações sobre as opções disponíveis, mas deixe que ela decida o que é melhor para si.
5. Atendimento discreto e humanizado
Garanta que o atendimento seja em um ambiente seguro, longe de olhares curiosos, e mantenha a confidencialidade das informações compartilhadas pela vítima. Evite comentários ou piadas inadequadas.
6. Atenção prioritária à pessoa agredida
Em caso de agressão, ela deve receber a devida atenção. Em casos graves, ela não pode ser deixada sozinha, a não ser que queira.
7. Não focar no processo penal
Nesse primeiro momento a vítima deve ser acolhida. Questões policiais e do processo penal devem ser tratadas pelas autoridades competentes.
8. Rejeição do agressor
Jamais demonstre cumplicidade com o agressor, mesmo que seja apenas para diminuir o clima de tensão no momento da atuação.
9. Rigor nas informações
Respeite a privacidade da pessoa agredida e a presunção de inocência do acusado. Repasse informações sobre o caso apenas às autoridades competentes.