Terminal recebeu número baixo de passageiros nesta segundaFoto: Renan Areias / Agência O Dia

Rio - O Terminal Intermodal Gentileza, localizado no Gasômetro, Zona Portuária do Rio teve pouca movimentação nesta segunda-feira (26), primeiro dia útil desde sua abertura oficial, no sábado (24). De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, o movimento "está dentro da normalidade", uma vez que a operação "está ocorrendo em várias fases".

"A operação está ocorrendo em várias fases para garantir segurança viária e para os próprios usuários se acostumarem aos poucos com as mudanças, que trarão grandes melhorias para a mobilidade da cidade", informou a SMTR por meio de nota.

A Prefeitura do Rio espera que, com o funcionamento integral, ao menos 150 mil pessoas passem por dia pelo TIG. Essa estimativa ainda não foi alcançada porque o espaço, por enquanto, opera de forma parcial em todos os transportes: VLT, BRT e ônibus municipais. Apesar das ofertas reduzidas, o professor Luis Fernando Veloso, morador do bairro da Penha, na Zona Norte, afirmou que o terminal reduziu horas de sua rotina.

"Para mim foi bem prático, cheguei muito mais rápido no Terminal. Vou fazer baldeação para ir para o aeroporto Santos Dumont, porque trabalho ali perto. Por enquanto não tenho do que reclamar. Apesar da obra ter demorado muito tempo, achei que foi uma boa obra", disse. Agora será possível acessar uma linha de VLT dentro do TIG.

Nessa primeira etapa, o BTR Penha, do corredor Transcarioca, cuja passagem custa R$ 4,30, funcionará com destino ao Gentileza diariamente apenas das 12h às 14h, com intervalos de 10 minutos. O itinerário passa por Ibiapina, Olaria, Cardoso de Moraes e Santa Luzia. Não haverá, porém, paradas nas estações do corredor Transbrasil. Elas ficarão abertas para embarque e desembarque somente a partir de 30 de março, segundo a Secretaria Municipal de Transportes.

Também desde sábado, o VLT ampliou a operação da sua linha 1 até o terminal, o que permite aos cariocas acessarem o Aeroporto Santos Dumont e outros pontos importantes do Centro do Rio. O percurso até o aeroporto é feito em cerca de 30 minutos. E o horário de funcionamento está mantido: das 6h à meia-noite.
A corretora de imóveis Carine Ximenez, de 37 anos, ressalta que, além da mobilidade urbana, a segurança também vai melhorar no arredores do TIG. Atua na região do porto desde 2021, ela revelou que era "um lugar morto".

"Desde 2021 estou atuando na região do porto, e o terminal gentileza veio de forma incrível para a gente. Quem é da região sabe que era um lugar morto. Como vai ter essa intermodal, vai ligar a gente para diversos pontos da cidade, de forma dinâmica. Era uma região que não tinha o acesso bacana. Com essa integração, isso vai facilitar muito a vida do carioca. Principalmente do trabalhador. Essa região aqui era sempre muito engarrafada. Para chegar no Centro, às vezes levava horas, principalmente para quem morava na Zona Oeste".

Já a aposentada Rosana da Conceição, de 65 anos, moradora da Pavuna, rasgou elogios ao local. Porém, cobrou manutenção periódica do Poder Público. "Amei tudo, muito lindo. Escada rolante funcionando maravilhosamente. Vai ser ótimo para mim e para muita gente. Tomara que continue desse jeito. No começo tudo é mil maravilhas, mas depois vamos ver como vai continuar".

Juscelino Duarte, de 70 anos, contou que foi ao TIG "a passeio". Ele mora em Mesquita, na Baixada: " Vim de VLT e vou voltar de VLT. Foi uma obra grandiosa e vai servir para o povo do Rio de Janeiro e para quem estiver vindo visitar a cidade. Tem condução para tudo quanto é lugar".

Quando estiver em plena operação, o TIG permitirá que os passageiros cariocas possam acessar, dentro do terminal, o novo BRT Transbrasil, além de duas linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará o terminal ao Aeroporto Santos Dumont e às Barcas. Dentro do TIG, os usuários do novo corredor também poderão se conectar a 14 linhas de ônibus municipais, sendo cinco delas já neste sábado (24) e outras cinco a partir de 16 de março.
O nome do espaço homenageia o Profeta Gentileza (1917–1996), que ficou conhecido por espalhar mensagens de amor, paz e solidariedade pelas ruas do Rio, muitas delas eternizadas nas pilastras de concreto dos bairros do Caju e Santo Cristo, na Zona Portuária.
*Colaborou Renan Areias