CMS Heitor Beltrão não oferece nebulização de oxigênio como tratamento para asmaDivulgação / Prefeitura do Rio
Por ser portadora de asma crônica, Fabiane já recorreu à oxigenoterapia em outras ocasiões. Ela relatou a O DIA que ficou surpresa com a falta da medicação na unidade.
"As técnicas me levaram para triagem e falaram que minha pressão estava normal e que minha oxigenação estava normal. Eu falei que estava com falta de ar há um tempo e que isso estava me deixando sem força nas pernas. Falei que há anos fazia nebulização de oxigênio e fui informada pela técnica que não se trabalhava mais com nebulização de oxigênio e que eram puffs. Não existe isso: tratar asma como se fosse bronquite. Eu tenho asma crônica", desabafou.
A nebulização é um tipo de procedimento que utiliza a inalação de vapores como via medicamentosa. Tal método é amplamente indicado no tratamento de problemas respiratórios agudos e crônicos de diversas origens, incluindo a asma. Sem o procedimento disponível, ela usou o puff, uma espécie de bombinha, que aliviou pouco a falta de ar.
Insatisfeita com o tratamento na Clínica da Família, ela procurou ajuda na UPA da Tijuca, na Rua Conde de Bonfim, s/n. Mas, segundo a professora, o local, gerido pelo Estado, também não oferece mais a nebulização. Sem escolhas, Fabiane submeteu-se outra vez ao puff. Além disso, ela, sem saber, ingeriu uma medicação da qual era alérgica.
"Na UPA fui atendida, passei pela triagem e falei que tinha alergia a aminofilina (atua como broncodilatador, causando o relaxamento dos brônquios e dos vasos pulmonares). Minha asma não pode ser controlada com aminofilina, não acaba com a crise e me deixa transtornada. Quando acabei de fazer o puff, voltei ao médico e falei que estava tonta, grogue e que seguia com asma. Aí ele disse que ia mandar eu fazer outra de aminofilina. Eu reforcei que tinha alergia. Estou até hoje (quarta) tonta e cansada", acrescentou.
Em recuperação, Fabiane ficará de licença médica durante essa semana. Ela contou que, se não estiver 100% até segunda, não sabe o que vai fazer. "Continuo com crise de asma, estou cansada ainda. Não estou como estava há dois dias, algum remédio deve estar fazendo efeito, mas não está fácil", disse.
O DIA também questionou Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a falta de nebulizadores de oxigênio, mas não obteve respostas até o momento. O espaço está aberto para eventuais manifestações.
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