Rio - O entregador Nilton Ramon de Oliveira, de 24 anos, baleado por um policial militar após discussão, segue internado em estado grave, nesta quarta-feira (6), no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte. A vítima se recupera da segunda cirurgia feita na unidade, nesta terça.
Segundo a família de Nilton, ele teve leve melhora após o procedimento, quando também conseguiu abrir os olhos e conversar com parentes que o acompanhavam. Ainda assim, o quadro de saúde dele é considerado grave, conforme ressalta a direção da unidade no boletim desta quarta-feira.
O entregador deu entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio, na noite desta segunda-feira (4), após ser baleado na coxa pelo PM Roy Martins Cavalcanti. Os dois discutiam porque Nilton se negou a subir até o apartamento do agente para realizar a entrega de um pedido feito no aplicativo Ifood.
A bala que atingiu a perna de Nilton acertou a veia femoral, responsável por garantir a o transporte do sangue dos membros inferiores até a veia cava, a principal do corpo.
A confusão foi filmada pelo próprio entregador, quando o PM vai até o restaurante para se queixar. O registro mostra momentos antes do disparo, onde o policial aparece com a arma na cintura. Nas imagens, Nilton diz: "Não tô armado, sou trabalhador. Estou sendo ameaçado, ele está querendo me agredir, mostrou a arma na minha cara. Tira a arma e faz na mão".
Já o agente, retruca dizendo que o entregador foi mal educado com sua mulher, que teria feito o pedido. "Trabalhador o caral****, minha mulher te tratou com maior educação, vai tomar no seu **. Seja educado, não se propõe a fazer entrega? Então seja educado, minha mulher tem 42 anos e te respondeu na maior educação", falou.
Após ter baleado o entregador, o PM teria prestado os primeiros socorros e ido embora em seguida. O Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou a vítima à unidade de saúde.
Segundo a Polícia Civil, imagens do fato estão sendo analisadas e testemunhas serão ouvidas. O caso foi encaminhado para a 28ª DP (Praça Seca). Investigações estão em andamento para esclarecer os fatos. A Corregedoria-Geral da PM também acompanha o caso.
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