Antonio Colonese fechou o bar do qual é dono após matar o animal e fugiuDivulgação
O suspeito foi identificado como Antonio Colonese, dono do ‘Bar do Tuninho’, que fica na mesma rua. O cachorro pertencia a um morador de rua, identificado como Rafael, que cuida de animais abandonados e receberia apoio de moradores e de um pet shop com alimentos e tratamento veterinário.
De acordo com moradores, Antonio é conhecido na vizinhança pelos constantes maus tratos a animais, incluindo envenenamento. Na manhã desta quinta, ele teria saído do bar que é dono e, ignorando a presença de alunos na escola, atirou contra o animal.
“Ele comete diversas crueldades. O bar dele não fica nem perto de onde o rapaz ficava com os animais. Ele foi lá de manhã e atirou na frente de todo mundo”, contou um morador.
Diante da revolta de vizinhos, Antonio fechou o seu comércio e fugiu. Alunos e pais correram para dentro da escola. Uma professora, que não quis se identificar, disse que as crianças choravam e não queriam ter aulas, pois presenciaram o crime.
“As crianças estão apavoradas. Foi uma correria, entraram para a escola e ficaram traumatizadas pois elas viram que ele matou o cachorro. Como uma pessoa faz isso perto de uma escola e na frente de crianças?”, questionou a educadora.
Após fugir do local, Antonio Colonese se apresentou na 32ª DP com um policial militar do 18º BPM (Jacarepaguá), identificado como Luiz Felipe, que seria seu familiar, e registrou boletim de ocorrência, dizendo ter sido mordido pelo animal. Com isso, policiais civis foram até o local onde o cachorro estava sendo atendido e prenderam o dono.
O fato revoltou ainda mais os moradores, que acionaram a comissão de direito dos animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). O presidente da comissão, Sergio Canto, esteve na 32ª DP e depois foi para a sede da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que assumiu o caso. O dono do animal foi encaminhado para a sede, onde foi solto após prestar depoimento.
“Estamos muito tristes com esse fato do assassinato do animal. Fizemos o registro na DPMA para que o culpado dessa atrocidade venha a pagar. Nós hoje temos Leis que devem ser cumpridas, principalmente entre as espécies entre cães e gatos. É possível pegar uma pena de até cinco anos por maus-tratos a esses animais”, afirmou.
"Hoje, a morte desse cachorro baleado por um comerciante é um caso emblemático de uma covardia contra uma pessoa em situação de rua e que, infelizmente, ainda acabou com morte do cão. Espero que o responsável pelo tiro possa pagar pelo ato de extrema crueldade, que foi tirar a vida desse animal", disse.
Em nota, a Polícia Civil disse que “Os agentes estão em busca de informações, testemunhas e possíveis imagens que registraram o fato. Demais diligências serão realizadas para confirmar a identificação do autor e esclarecer o ocorrido”.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação informou que, após o incidente, as crianças foram acolhidas pelos profissionais do Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Escolas (NIAP), que conta com psicólogos e assistentes sociais.
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