Divulgação foi feita na Câmara Municipal do Rio e contou com a participação da vereadora Monica CunhaCaio Oliveira

Rio- Uma plataforma gratuita para suporte a egressos do sistema prisional foi criada por um ex-presidiário com o intuito de ajudar famílias dos detentos. Ela foi divulgada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O evento foi promovido pela vereadora e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Mônica Cunha (PSOL).
O Comunicárcere reúne acesso a diversos serviços, não só para familiares, como também para pessoas privadas de liberdade e egressos. Dentre eles, estão orientações de como conseguir acesso ao auxílio-reclusão, Ouvidoria da Defensoria Pública, Detran, entre outros.
Além disso, por meio da ferramenta é possível localizar alguém privado de liberdade, o que para algumas famílias é quase impossível. A plataforma nasce da vivência de egressos que ficaram meses sem contato com a sua família, como o cearense Jota Carvalho Junior, de 31 anos, que ficou por mais de cinco meses detido em um presídio federal, no Rio de Janeiro, sem nenhum tipo de contato com parentes. Ele só foi encontrado após a família contratar advogado particular.
Quando recebeu o direito à liberdade, ele tinha como objetivo facilitar a vida de familiares que poderiam estar passando pela mesma situação. "Foi muito doloroso para minha família descobrir onde eu estava. E mais ainda para descobrir em qual local eu estava. Quando idealizei a plataforma, foi para que ninguém mais passasse por isso", afirmou o ativista, que hoje faz parte da ONG EuSouEu — A Ferrugem, fundada em 2017.
Mônica Cunha promoveu a discussão sobre direitos dos presos. "É preciso que levem direitos e dignidade a pessoas egressas do sistema prisional e do socioeducativo. É necessário promover esperança para se espantar o preconceito”, afirmou a parlamentar.
A plataforma conta com diversos módulos, como entrega delivery, local para e estudo e também também trabalho.

A “Cestas de Custódia Delivery” conecta empresas de dentro e de fora das favelas com entregadores de cada localidade. O principal parceiro é o idealizador do Delivery das Favelas. Através da ferramenta, pouco conhecida entre os familiares e desenvolvida pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), visitantes de detentos do sistema penitenciário do Estado do Rio poderão comprar alimentos, roupas, itens de higiene e limpeza em um sistema on-line exclusivo para esse fim. Funciona em sistema de e-commerce, com a diferença de que os itens comercializados são apenas aqueles permitidos por lei aos presos.

Já a aba "Vamos Estudar?" liga os egressos ao projeto "Educação que Liberta", que tem como objetivo preparar os alunos para a prova do Encceja que acontece uma vez ao ano. As inscrições acontecem de forma online.
A pretensão do grupo é que mais empresas e patrocinadores acolham a ideia. "Queremos que mais patrocinadores cheguem para que possamos ampliar o trabalho e conseguir mais parceiros", afirmou Barbara, representante da ONG.