José Jacksandro tinha o sonho de se tornar atirador de elite do ExércitoArquivo Pessoal
Corpo de jovem morto em perseguição policial é sepultado
Segundo familiares da vítima, ele não tinha habilitação e por isso fugiu da abordagem policial
Rio - O sepultamento de José Jacksandro Almeida Queiroz, 18 anos, morto durante uma perseguição na Praia do Flamengo, na Zona Sul, aconteceu neste domingo (17) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária. Segundo familiares da vítima, ele não tinha habilitação e pode ter sido por isso que fugiu da abordagem policial.
Mais cedo, a família dele esteve no Instituto Médico Legal (IML) para realizar a liberação do corpo. A ação que ocasionou na morte do jovem aconteceu na madrugada de sábado (16), quando uma equipe do 2º BPM (Botafogo) tentou abordar a moto em que estava Jacksandro e a namorada, a adolescente de 17 anos M.L.
Durante a abordagem, o jovem fugiu e um cerco foi realizado, momento em que o veículo das vítimas colidiu contra o meio-fio. A adolescente morreu na hora, enquanto Jackson chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com Edilma Almeida, mãe do rapaz, José Jacksandro trabalhava como entregador de aplicativo para pagar pela motocicleta que havia sido comprada pelo irmão para ele há dois meses. O veículo era a paixão do filho, mas ela temia que ele se acidentasse, por pilotar em alta no velocidade. Ela contou que o automóvel tinha terços, como forma de proteção, e no dia do acidente, chegou a pedir para o sobrinho e a nora não deixarem que ele corresse. "Eu falei: 'a sua moto tem seguro, a sua vida não tem seguro, meu filho'", lembrou Edilma.
A família relatou ainda que a vítima sonhava em entrar para Exército para se tornar atirador de elite e chegou a comentar que queria ser como os snipers que atuaram no sequestro a um ônibus na Rodoviária do Rio, na última terça-feira (12).
De acordo com o tio, José Jacksandro se apresentaria para alistamento na corporação nos próximos meses. "A paixão que ele tinha era a moto dele. É uma pessoa muito do bem, muito presente na família, um menino muito reservado. Ele estava prestes a se apresentar no Exército, no dia 21 de maio. É uma pessoa do bem e eu quero justiça", desabafou o taxista.
Parentes afirmaram que o jovem era querido pelos amigos e muito apegado a família. Recentemente, ele ganhou um filhote de cachorro da mãe, para o ajudar com a depressão que enfrentava desde que seu outro cão havia morrido. A vítima morava na comunidade da Vila do João, no Complexo da Maré, na Zona Norte, bem como a namorada.
Ainda não há informações sobre o enterro da adolescente.
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